XVIII

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Postado em 10/12, às 14h38, PopTeen

Qual será o próximo ataque de Henry Smythe contra nossos corações?

O ator de 22 anos sempre foi muito ativo nas redes sociais, e a gente adora todas aquela overdose de fotos fofas e os bastidores de sua vida, mas, de repente, sem aviso nenhum, o astro sumiu! Não dá notícias há dias, não aparece em lugar nenhum e, segundo fontes, não está em seu apartamento em Nova Iorque nem em Londres. Tudo o que sabemos é que ele é um dos nomes envolvidos no novo projeto da diretora Zoey D'Angelo, mas não sabemos enredo do filme ou sequer o papel de Henry nisso tudo. O que será que o moço está aprontando conosco? Não sabemos a resposta, mas sabemos uma coisa: preparem os corações, porque Henry S. não decepciona!

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Quando minha playlist começou a repetir músicas, fiz o caminho inverso e voltei para casa. O relógio da parede – agora em outro lugar, já que também sofreu alteração na faxina – aponta para o 11 e o 8. 23:40h. Num piscar de olhos acabei correndo por quase duas horas. Agora sim sinto meu pulmão lutando por ar e minha mente demora um pouco até cair nos pensamentos indevidos. Porque é inevitável perceber que Henry não voltou. Mas, tudo bem. Já consegui liberar toda a frustração que carregava, agora já posso voltar ao normal.

Meu corpo pede banho, banho e cama. Entro no quarto e a leveza do cômodo quase puxa meu corpo para a maciez da cama arrumada, mas consigo me conter e ir direto para o chuveiro. Sei que amanhã provavelmente acordarei com um resfriado pesado, com o nariz escorrendo e a voz de vilão da Disney, mas hoje vale a pena. Deixo o arrependimento para o dia seguinte.

Estou há literalmente um minuto debaixo do chuveiro quando ouço a campainha tocar. Estava tão imersa no banho, sentindo o alívio ao ter a água escorrendo pelo meu cabelo e corpo, que me irrito profundamente ao ouvir o som alarmante anunciando alguém na porta. Coloco os pés para fora do banheiro, enrolada no roupão de banho, e ouço mais uma vez. Estou xingando mentalmente quem quer que seja, e tenho certeza que minha expressão é amedrontadora agora. Eu só queria passar três horas debaixo do chuveiro repensando minha vida inteira, mas não está nos planos do estressadinho que bate na porta na minha porta à meia-noite!

— Só um segundo! — rosno para a porta ao terceiro soar da campainha quando estou no meio da sala. — Que estresse! Não sabe esperar, não? — Estou dizendo ao abrir a porta, e paro abruptamente quando estou prestes a continuar o sermão por mais dez minutos, porque quem-quer-que-seja-o-estressadinho-na-minha-porta-à-meia-noite é Henry Smythe.

E eu paro na metade do sermão também porque, antes que eu possa abrir a boca para falar mais nada, me vejo paralisada pelo efeito do sorriso largo que Henry pendura nos lábios agora, me encarando. E depois, não posso nem pensar em sermão algum, porque estou ocupada demais sendo beijada pelo dono desse sorriso para poder me manifestar. Ele me empurra para dentro da sala e fecha a porta atrás de nós, se movimentando sem soltar meu corpo e sem interromper o que acontece com nossas bocas.

Lembro que estou usando só o roupão de banho depois de muito tempo e espalmo as mãos no peito de Henry, que se afasta.

Levo a mão aos lábios, que parecem inchados, mas é só o efeito do beijo, e tusso uma risada.

— Oi — digo.

— Oi — responde Henry, acenando. Ele parece tímido agora, como se não tivesse me atacado há um minuto. — Senti sua falta — completa, casualmente.

— Percebi — brinco.

Meu coração está batendo a mil por hora. Se eu fosse um desenho animado agora ele estaria batendo para fora do meu corpo, e meus olhos seriam substituídos por mais dois corações.

Henry Smythe I & IIOnde histórias criam vida. Descubra agora