No Rio de Janeiro...
Ao terminar de expor meus pensamentos sobre casamento me perguntei se não havia sido um erro falar desta forma. Não que Enzo desconheça meus medos, mas se estamos tentando, acho que certas coisas podem ser evitadas de dizer. Pena que me dei conta tarde. Ele ficou mudo do outro lado da linha.
- Desculpa meu ataque de sinceridade em uma hora dessas! Faço um sermão sobre sensibilidade e sou a mais insensível!
- Não se preocupe, eu sei como pensa, talvez compartilhamos a mesma fobia chamada casamento. - Respirei aliviada. - Vamos curtir nosso namoro que para mim já é mais que o paraíso e se algum dia nos curármos podemos pensar no assunto.
Conversamos por mais um bom tempo antes dele desligar. Fiquei mal humorada, passei toda a tarde ranzinza. Sentia a falta dele de uma forma incomum. E mesmo sabendo que ele voltaria nos próximos dias, era complicado lidar com esse sentimento.
Estava deitada na cama, já passavam das 22 horas quando resolvi ver meus email, coisa que não faço com tanta frequência quanto deveria, quando um em particular me chamou atenção.
No título estava escrito assim:
Vaga de Bibliotecária.
Senhorita Sabrina.
Após avaliarmos seu currículo atentamente, e as pontuações de seu curso, os quais nos foram entregues em mãos por dois de seus professores por indicação a vaga referida, concluímos que está apta a exercer a função conforme nossas normas. Gostariamos de realizar uma entrevista com você. Como sabemos que trabalha, poderia nos informar melhor horário disponível para a mesma.
Atenciosamente.
Eleanor Franco
Diretora geral do Cento de História Nacional do Rio de Janeiro.
Olhei pasma aquelas palavras. Meus professores me indicaram a uma vaga somente no melhor instituto do Rio. Eu tinha que agendar a entrevista, aquele trabalho era um sonho para qualquer bibliotecária experiente, imagine para alguém que ainda nem se formou.
Quase não dormi aquela noite, passei parte dela pensando na possibilidade desta vaga, e outra pensando em como seria triste trabalhar longe do Clay, da Fabi e da Carla. Mas era a vaga dos meus sonhos, eu sempre foquei em uma biblioteca nacional ou um centro de história.
Estava de pé as 6 da manhã, o cheiro de café fresco invadiu meu quarto e meu estômago. Sandro já estava de pé juntamente com Isaque.
- Bom diaaa! – Falei animada dando um abraço de urso em Isaque que já estava com minha caneca de café na mão. – Espero que esteja colocando café para mim, seria bem estranho saber que também gosta do bisonho!
- Não teria nada demais tomar café na sua caneca, mesmo que fosse da Barbie. – Ele me abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Bom saber que o povo dessa casa está de bom humor! – Acompanhei o delicioso sorriso do rosto deles recebendo um abraço do Sandro. – Mas qual o motivo dessas carinhas?
- O resultado saiu! – Isaque falou todo animado. – Eu passei! – Olhei para ele que me olhava de volta com expectativa.
O agarrei rodando, o tirando do chão muito feliz. Finalmente o ano começava para mim! Meu caçula em casa, meu irmão Sandro trabalhando e aparentemente tomando um rumo, e Isaque passando na prova. Fora a entrevista que estava muito ansiosa.
Tomamos café juntos, não contei para ninguém sobre a entrevista, queria ter certeza antes de anunciar qualquer coisa. Liguei para Enzo, pois queria lhe contar as novidades, mas o celular dele estava desligado. Resolvi não pensar, era melhor. Fui para o trabalho animada pelo mesmo percurso de antes: ônibus, caminhada e metrô. Estava feliz e nada, nem ninguém iria me tirar essa felicidade.
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Sabrina
Roman d'amourSabrina é uma menina problemática com uma família cheia de problemas e por essa motivo foge de romances... até agora