Capítulo 39

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No quarto...

Minha primeira impressão? Medo! Fiquei com medo do que ele queria com aquilo, está muito cedo e não posso sair de casa ainda, porém logo ele explicou e o medo se foi. Foi lindo o que ele fez, a declaração mais linda até agora. Ele me querer por perto até chegar ao ponto de mudar sua vida, sua casa, sua rotina. Imagino a cabeça da Odete quando ele falou o que iria fazer. A casa sempre toda organizadinha e de repente uma mudança radical dessas. Acredito que esse homem seja capaz de qualquer coisa por mim, para me ver bem, para me fazer feliz. E cada vez me vejo mais perdida nele, capaz de qualquer coisa para fazê-lo feliz.

Não demoramos muito no apartamento, como ele queria dormir comigo, levou umas roupas e deixou as malas, aproveitei para pegar algo e fazer uma surpresa para ele antes de dormir.

Chegamos em casa e todos estavam reunidos na sala conversando, menos meu pai. Minha mãe com Fernando no colo acariciando seus cabelos e os olhinhos dele brilhando de felicidade.

- Chegou quem faltava! - Isaque falou abrindo um sorriso. Minha mãe me olhou analisando minha reação. Fernando saltou do colo da minha mãe pulando para o meu e me enchendo de beijos.

- Sabrina! – Ele falou cheio de amor. Como estava feliz. – Você chegou! Estou tão feliz que estamos todos aqui. Sandro está fazendo a janta, ele disse que vai ser um prato chique que aprendeu no restaurante onde ele está! Ele vai ser um grande cozinheiro e...

- Chega menino falador, sua irmã acabou de chegar, deixa ela respirar! – Minha dinda disse sorrindo para mim e apontando de leve com a cabeça para minha mãe, com a intenção de eu a cumprimentar. Nem sonhando eu faria isso. O fato de meu irmão estar tão feliz me preocupava mais, pois se ela voltasse a ser como antes, o que eu não duvido nada, ele vai ser quem mais vai sentir. – Senta um pouco Sabrina, vem se juntar a nós na conversa, estamos falando sobre a recuperação do seu irmão e do seu pai. Vem Enzo!

- Claro, estou vendo que esse pequeno está muito melhor! – ele disse sacudindo de leve o cabelo dele. Me puxou para o sofá sentando do meu lado e do lado da minha mãe. – Ele nem parece mais aquela criança que socorremos.

- Nem me lembre daquele dia. Ligar para Sabina e não conseguir falar com ela e ele ali, desmaiado.

- Eu quando soube achei que morreria! – Minha mãe disse atraindo meu olhar. – Foi naquele momento que percebi que poderia ser tarde demais. Perder qualquer um dos meus filhos seria o fim para mim, de vez. – ela me olhou e continuou. – Vou lutar para nunca mais voltar para o poço que me afundei!

- Claro que não minha amiga! – Samara disse com um sorriso compreensivo, coisa que passava longe do meu rosto. – Vamos estar ao seu lado te ajudando, te apoiando e lhe dando a mão sempre que precisar. Senti saudade de você! – A abraçou beijando seu rosto, e minha mãe sorriu como há muito tempo não sorria. Não aguentei, me levantei indo até a cozinha e encontrei Sandro na beira do fogão com a colher de pau na mão.

- Mana, vamos jantar bem hoje em comemoração! – Falou animado.

- Comemoração? – perguntei desconfiada.

- Sim, olha pra essa casa, sente a paz! Nunca em toda minha vida vi a mãe assim, feliz, sem uma gota de álcool por tanto tempo.

- Então aproveita o tempo que pode, por que ela logo logo estará bêbada novamente.

- Credo Sabrina, não pode ser positiva? Ela mudou!

- Não sei não, não me convence. – Falei irritada, mais um para o time mamãe do ano futebol club. Resolvi mudar o assunto. – E então, que gororoba é essa que está cozinhando?

Sabrina Onde histórias criam vida. Descubra agora