Enquanto isso na loja...
Fabi e eu olhávamos empolgadas como tudo havia ficado lindo.
- Eu estou chocada com a perfeição dos detalhes. Olha essa parede, olha esse balcão. - Ela passava o dedo pelo balcão olhando toda boba.
- Você gosta disso aqui, não é?
- Acho que não me vejo trabalhando em nenhum outro lugar! Gosto dessa movimentação, desse corre corre. Não sei explicar, mas sim, gosto muito.
- Fico feliz por você. Acho que vou sentir tanta falta de trabalhar com vocês quando eu sair, que vou ter que vir almoçar aqui pelo menos três vezes por semana.
- Essa loja nunca mais vai ser a mesma sem você! - Seus olhos se encheram lágrimas. - Mas eu sei que é para seu melhor, então eu fico feliz por isso.
- Se você chorar eu choro junto! - A abracei sentindo meu peito se apertar.
Eu não amava aquele lugar, mas tudo isso se fez especial em minha vida. Conheci amigos, consegui segurar minha família durante alguns anos, minha faculdade só foi concluída graças ao dinheiro que ganhei daqui. Chorei, sorri, briguei, e conheci o Enzo, ou Renato na época. Tive o mala do Gustavo, mas acho que na vida sempre temos um mala no nosso caminho. Será que no novo trabalho também terei? Nessa hora Clay entrou.
- Está linda sim, mas acho que não é motivos para choro! - Com as mãos nas cadeiras nos olhava fazendo uma cara muito típica dele.
- Temos uma coisa chamada coração. A pedra só foi destinada a você! - Fabi mostrou-lhe a língua de forma nada profissional. Ele riu.
- Tá, agora conta por que todo esse sentimentalismo, pois não creio que seja só por causa da nova decoração da loja.
- Ah, estava falando como isso aqui vai ser chato sem essa mala aqui. - Ela me agarrou com um braço sorrindo. - Só tentando se acostumar, vou aproveitar bastante o tempo que ainda me resta e tirar o couro dela.
- Olha só isso Clay, isso não pode! Ela quer explorar o empregado que vai sair. Isso deve ser ilegal em algum lugar, certo? - Clay me olhou sério, depois sorriu ironicamente para Fabi.
- Não sei, mas Fabi, será que podemos conversar um pouco, sabe, eu quero dar uma descansada hoje, estou me sentindo mal, queria saber se posso te ajudar no BackOffice.
- Cara de pau, você se senta do meu lado, quer me explorar também. Ótimos amigos que tenho não é? - Falei fingindo indignação e eles gargalhavam.
Aquela manhã se passou rápido, a loja deu muito movimento e não tínhamos um minuto completo parados. Por volta do meio dia chegaram umas caixas que Enzo recebeu rapidamente. Estávamos famintos, mas com o grande movimento da loja resolvemos almoçar um pouco mais tarde, quer dizer, resolvemos não, o pessoal da loja praticamente me intimou, mas não me importei. Realmente estávamos muito atolados de trabalho acumulado e com o café da manhã que Enzo nos deu de surpresa, dava para aguentar mais um pouco.
Fabi recebeu um telefonema que a deixou visivelmente tensa, ao que ouvi, Rafael estava vindo para a loja e ela queria que tudo estivesse pronto, mas tudo o que? Não sei ao certo, só sei que a porta do BackOffice foi fechada e ela e Enzo trabalhavam a mil pelos barulhos que ouvíamos de mesas se arrastando. Seu Rafael, depois de uns minutos passou por nós do lado de fora da loja acenando com um sorriso no rosto para todos, e dona Cecília entrou logo em seguida cheia de pacotes na mão. Será que eles iriam fazer uma festa de reabertura da loja? Pois juro que vi uma faixa em uma de suas mãos.
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Sabrina
RomanceSabrina é uma menina problemática com uma família cheia de problemas e por essa motivo foge de romances... até agora