Capítulo 28

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 Em Minas Gerais...

Esperei até a ligação cair. Queria pedir que viesse, mas sei que não estaria tranquila.

Tomei um susto quando encontrei a comitiva Juliana, Flávio e Gabriela me esperando com uma faixa fechada na mão. Quando me avistaram minha irmã correu para os meus braços se jogando com toda força quase nos derrubando do saguão. Perguntei aflito como ela estava e então Flávio e Gabriela abriram a faixa escrito: Bem vindo tio Enzo!

Olhei para minha irmã perplexo. Ela era mais nova que eu mais muito mais centrada e decidida (embora ainda fosse uma criança grande aos meus olhos). Não posso negar que a notícia me encheu de felicidade. Nunca pensei em paternidade ou casamento, mas meu coração logo se amoleceu ao imaginar um bebe tão pequeno parecido com a Juliana. Meu cunhado chegou com uma garrafa de pinga da boa, pura. Sentamos na praça e começamos a beber conversando. Assim que consegui um espaço de tempo peguei o celular e liguei para ela. Claro que Juliana ficou de orelha em pé tentando ouvir minha conversa. Quando finalmente coloquei meu celular no bolso ela começou o interrogatório.

- O que houve Enzo, nunca foi de ligar pros seus cachos, tá dando de grude nas peguete é? - Gabriela riu.

- No mínimo deve ter ligado para uma amiga, esse aí cunha, não ligaria nem se fosse a Gisele Bundchen. - Falou a fedelha, irmã do meu cunhado.

- Já que estão tão curiosas não vejo problemas em dizer com quem conversava. - Ganhei a atenção das duas que me olhavam ainda com deboche. - Eu estava falando com a minha namorada.

- Que? - O grito foi dos três, até meu cunhado me olhava incrédulo.

- Qual é Enzo? Isso nem pode se considerar piada, não tem graça e nem pegadinha pois ninguém acreditaria! - Gabriela falou.

- Não é piada, é a mais pura verdade. Vamos fazer um mês de namoro.

- Para tudo! Amor me segura, estou tonta. - Minha irmã disse se sentando. - Como você me da uma notícia dessas assim?

- Não falei nada demais! - Disse preocupado me aproximando dela.

- Como nada demais. Você acabou de dizer que não vou ver o nascimento do meu filho! - Arregalei os olhos assustado. Quando havia dito algo assim?

- Ju, você bebeu? Não sabe que na gravidez não é aconselhado bebidas? Você não está falando coisa com coisa.

- Claro que estou, você me anunciou o fim do mundo, a catástrofe final. Não sei se me preparo para um dilúvio, chuva de meteoros ou um terremoto com 100 pontos na escala richiter. Você namorando é o Apocalipse. - a seriedade acabou junto com o teatro, e ela começou a rir junto com todos. Filha da puta! E eu preocupado com essa cretina!

- Porra Juliana! - Gritei pondo as mãos para os céus já que não podia dar um tapa em sua cabeça. - E eu igual um babaca preocupado com você.

- Ah maninho. ... Babaca você sempre foi, preocupado também! – implicou... como sempre faz.

- Bom, já riu da minha cara, então já posso voltar! – disse puto da vida.

- Nada disso, você me prometeu ir comigo aos exames.

- Só vou pelo meu sobrinho ou sobrinha que está a caminho!

Fomos até uma lanchonete, comemos, bebemos e tarde da noite voltamos para casa. Gabriela grudou em mim igual chiclete, aquela pirralha estava crescendo rápido demais, devia ter o que, 18/19 anos no máximo.

Dormi no quarto de hóspedes da fazenda onde minha irmã morava. Diferente de mim, Juliana escolheu um lugar bem tranquilo para morar, tinha suas plantações, seus animais. Ela tinha verdadeira paixão pela natureza, nunca gostou da cidade, embora goste apenas da modernidade dos eletrônicos em geral.

Acordei por volta das 10 horas, minha cabeça doía e meu estômago começava a reclamar as doses a mais de cachaça que tomei. Liguei para Sabrina que não me atendeu, provavelmente estava com o irmão o levando para casa resolvi ligar depois.
Depois do café fomos para o ultrassom, minha irmã pagou pelo mais caro para ver cada detalhe de um ser que era apenas uma bolinha. Depois fomos pegar o resultado do exame de sangue que obviamente já descrevia o sexo do bebê. Eles ficaram todos bobos, era uma menina.

Almoçamos em um restaurante os quatro, um paparazis tirou fotos nossas, mas ela, que geralmente detesta esse tipo de exposição nem se importou. Assim que tive um tempo liguei novamente para ela que atendeu no primeiro toque.

- Olá! - me atendeu com voz meiga.

- Oi. Como estão as coisas aí com seu pinguinho?

- Estamos indo bem na medida do possível. Ele não para quieto e quer comer tudo que é proibido, mas fora isso está tranquilo. E você, como vai tudo?

- Vou ganhar uma sobrinha que mais parece um caroço de melancia ainda.

- Nossa! Quanta sensibilidade!

- Mas é verdade. Minha irmã cismou de fazer a ultra mais cara que mostrava todos os detalhes para no final ver um monte de nada. Não está nem formado.

- Deixa ela ser feliz. Isso deve estar sendo um máximo pra ela. Não que eu entenda perfeitamente isso, pois a maternidade nunca esteve nos meus planos, assim como o casamento. Mas é o sonho dela, ela pode se dar a esse luxo, então fica feliz por ela!

Sabrina Onde histórias criam vida. Descubra agora