Capítulo 17

99 6 2
                                    

Enquanto isso, no taxi.

Que inferno, ele não pode falar isso e achar que vou aceitar tranquilamente. Não mesmo! Eu nem olhei para a cara daquele almofadinhas, e nem tinha cabeça para isso. E ele vem me ameaçar como se eu fosse obrigada a aceitar que ele receba cantada de várias mulheres. Eu sabia que isso não ia dar certo, sabia! Nunca deveria ter começado isso, detesto me sentir idiota! ARH!

Soltei logo a frente, assim que sai da visão dele, me desculpando com o taxista, e depois de alguns minutos tentando digerir o que havia acabado de fazer, segui direto para a casa da Patricia de ônibus.

- Alô - Falei impaciente quando finalmente ela resolveu atender o celular... Depois do trigésimo toque.

- Sabrina está tudo bem?

- Não, não está. Você está em casa?

- Não amiga, estou na lapa. O que foi, foi com o Fernando?

- Não. Eu posso ficar um pouco na sua casa? Preciso sumir por pelo menos umas horas.

- A chave está no lugar de sempre. Olha, eu vou ir pra casa, daqui a pouco te encontro.

- Não precisa. Só preciso esfriar a cabeça e...

- Não temos nos falado e você está mal. Não vou deixar de estar do seu lado. Já chego. Me espera e pede uma pizza. - E desligou.

Demorei bem uma meia hora para chegar a casa dela. Em meu celular 7 chamadas perdidas do Renato 2 do Isaque e duas mensagens. Ignorei tudo. Me sentia mal. Mal pelo que ele disse, mal por duvidar de mim e mal também por ter saído daquela forma infantil.

A primeira coisa que fiz foi me jogar no chuveiro para tentar aplacar tudo o que sentia. Não funcionou. Sentei no sofá ligando o rádio, mas até a música que sempre me tranquiliza me incomodou. Assim que desliguei a porta abriu. Paty e Clay entraram com a pizza que havia pedido.

- O entregador estava na portaria. - Explicou.

- Que cara é essa? - Clay perguntou se aproximando para um abraço.

- Eu quem pergunto, que catinga de cigarro é essa? Certamente minha cara está melhor que isso!

- Releva nega, estava na Lapa, impossível qualquer perfume resistir ao suor e cigarro que gruda no corpo lá. Mas vamos esquecer isso e me fala o motivo da cara de bunda.

- Tem um nome. Renato. Não sei me portar em um relacionamento. Não faço ideia de como agir.

- Mas acho que não existe um manual. É só curtir um ao outro.

- E tem como curtir uma pessoa que tem uma crise de ciúmes com um dos médicos que está cuidando do seu irmão?

- Sério que o bofe é ciumento. - Perguntou enquanto Patrícia chegava com os guardanapos, os molhos e a pizza já cortada.

Contei todo o ocorrido do médico quando meu pai foi internado, também contei sobre hoje, como ele foi gentil me levando para aquela praia e o desfecho.

- Esse médico vacilou. E ele está certo em falar que se você deu aquela lição na metida do elevador ele poderia aprontar com o médico. - Patricia falou enfiando seu terceiro pedaço de pizza na boca.

- Eu não fiz nada. Nem sequer olhei pra aquele infeliz. Ele está cuidando do meu irmão.

- E o Renato pagando. - Clay levantou uma sobrancelha me encarando.

Sabrina Onde histórias criam vida. Descubra agora