Capítulo 10

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Enquanto isso no Leblon...

 Você anda meio estranho Enzo.

 Sério? – Perguntei ainda com a cabeça nela. Saiu da praia correndo como se algo sério tivesse acontecido.

 Distraído, caridoso, e extremamente não você!

 Só estou preocupado com isso tudo. Não quero que nossos pais tenham motivos a reclamar da nossa gestão.

 E isso tem tirado até seu apetite sobre as mulheres? Não, por que ontem você ficou no zero a zero, e hoje, o que não faltou foi mulher em cima de você, e a única com que trocou algumas palavras foi a sua faveladinha.

 Eu precisava me desculpar. Não sabia que o que caiu da mão dela foi o tcc. Sei o quanto isso é tenso pra fazer.

 Você? Se preocupando com alguém? – Me olhou com descrença.

 Ah! Nem vem! Não sou tão calhorda assim. Eu só sei o quanto é difícil. – Falei tentando me defender. Eu pensava nos outros, não foi à toa que me meti nesta confusão.

 E o beijo que quase aconteceu não teve nada a ver com isso?

 Você viu? – Perguntei assustado.

 Enzo, Enzo. Já te falei que assédio sexual é crime.

 Não sei o que me deu, na boa. Tinha dito a ela que ia parar de pegar em seu pé e pedi para dançar comigo, quando vi eu já estava daquele jeito.

 Quer saber o que eu penso sobre isso?

 Não. – Não tenho a menor pretensão de ficar me explicando.

 Mas vou falar assim mesmo, você está gostando dessa garota.

 Há Há Há! Tá bom, essa piada foi fraca, manda outra!

 Quando você se der conta talvez não dê mais tempo para correr atrás tá!

 Não tem nada para correr atrás. Agora vamos, que estou morrendo de fome!

Já era segunda de manhã, e estava ansioso. Queria chegar logo a loja, saber o que aconteceu. Passei todo o final de semana preocupado, queria ligar, mas pra falar o que? Ela queria distância e eu só queria ajudar, de alguma forma depois de tudo o que fiz.

Cheguei a loja com meia hora de antecedência, e fiquei parado na porta. Esperava que ela chegasse cedo, embora tenha certeza que isso não é o perfil dela. Era mais fácil ela chegar atrasada correndo com Fabiana segurando seu uniforme e a ajudando a se instalar antes que o Gustavo a visse.

 Renato, chegou cedo! – Fabiana chegou na porta me cumprimentando.

 E pelo visto não fui o único que tinha formiga na cama! – Sorri.

 Pois é, hoje o dia promete. Tenho muita coisa para fazer. Geralmente a Sabrina me ajuda, mas com o pai dela internado, duvido muito que tenha tempo de alguma coisa.  Ela falou me dando a entender o porquê da pressa.

 Nossa, que chato. Quando foi?

 Foi sábado a tarde. Parece que sofreu um AVC.  Desde então ela está com ele no hospital. – Aí estava a pressa, e o rosto preocupado.

 Ela não tem ninguém para revezar com ela? – Perguntei e percebi o incomodo nela.

 Bom, vamos abrir logo a loja né, preciso fazer um monte de coisas. Depois continuamos a conversa.

Abrimos a loja, e eu a ajudei com os arquivos, alguns documentos e boletos. Ela estava bastante distraída, e a hora passou bem rápido, e logo as outras pessoas já estavam chegando.

Sabrina Onde histórias criam vida. Descubra agora