A última chance

168 7 1
                                    

Notas:
Talvez algumas pessoas que acharam ruim o racha que devo entre Marina é a Bruna, no capítulo anterior, mas eu só queria, explicar que foi necessário. Não porque eu queria aborda o machismo, eu não concordo com isso,mas foram dificuldades que Lica precisou passar. Mas aqui vai mais um capítulo Eu espero que gostem. Boa leitura.

Lica on:

— Lica, Lica acorda! — Ouvir uma voz de longe me chamar, me deparei com uma forte luz em meu rosto,  e a primeira coisa que me vem a cabeça, é Samantha.
— Cadê ela? Onde ela tá? — Me levanto com um coração completamente descompassado.
— Você gritava por um alguém chamado Samantha! Quem é essa pessoa? — Por um momento eu havia esquecido que tinha dormido na casa de Bruna Marquezine por causa daquele maldita aposta, mas se eu estava aqui e não correndo pelas ruas de São Paulo, no meio de uma tempestade, chamando por Samantha, quer dizer que havia sido um pesadelo, o pior pesadelo da minha vida.
— Você ainda não me respondeu Lica, quem é Samantha? — fujo dos pensamentos ao ouvir a voz da Bruna.
— O que?
— Quem é Samantha? — Me olha séria.
— A única garota que eu amo! — As palavras saem espontâneamente.
— Presta atenção Lica, presta bem atenção, você é minha! — A morena segura meu queixo com uma certa possessividade.
— Eu não sou sua! Não sou da Marina! Não sou de ninguém que não seja a Samantha! — Me altero jogando alguns coisas pelo quarto. Sinto as mãos da mais alta aperta meu pulso, com uma certa força, que com certeza deixará marca. A mesma jogou meu corpo contra a parede fria, gemi de dor.
— Olha aqui! Não me subestime, você não me conhece, eu posso ser muito pior do que você pensa.
— O que você vai fazer? Me matar?
— Nada te acontecerá, se você obedecer as minhas ordens! — Sussurrou ao pé do meu ouvido, sentir meu corpo tremer, mas não era de tesão ou de desejo, e sim de medo. Mas eu preferia morrer, ao ceder as suas ordens. Ela nunca mais me tocará.
— Eu não vou deixar você me tocar, meu corpo pertence a outra pessoa!
— Não se essa pessoa morrer de repente, por acidente! — Sua voz soar sínica e sarcástica. Aquela ameaça me atingiu em cheio.
— Você não seria capaz!
— Mas, é claro que eu seria, você está lhe dando com a maior assassina do Brasil. Não queira bater de frente comigo, ou sua namoradinha, morrerá antes do tempo.
— No toca nela! Ela não tem nada ver com isso! — Suplico sentindo as lágrimas malhar meu rosto.
— Claro que tem, e além do mais, eu só  iria antecipar a morte dela. Eu li o que você escreveu no seu bloquinho de notas, a garota tem câncer, é uma pena! — Sorrir de lado com deboche.
— Como você pode ser tão fria? Tão egoista, a ponto de marta alguém? — Pronuncio aquelas palavras com uma certa indignação, eu não conseguia esconder a raiva que invadia a minha alma. Era assim que eu me sentia quando eu pensava na possibilidade de alguém machucando minha Samantha. Eu seria capaz de qualquer coisa para protegê-la. Mas o quão imunda eu me sentia, por me deixar ser tocada por esse ser tão egocêntrico, egoísta e frio.
— Você só tem uma escolha, ou então sua amada, vai conhecer o inferno, com direito a antecipação. — Os olhos de Bruna tomou uma expressão assustadora, ela parecia possuído por uma energia maligna, na verdade ela era o demônio em forma de gente.
— Porque você está agindo assim? — Sinto minha garganta secar.
— Porque eu quero você, e definitivamente eu não aceito perde, porque quando isso acontece, as coisas complicam! — Diz em tom ameaçador. E mais uma vez, aquela nostalgia, por está fora do eixo, longe o que eu costumava habita. Vivendo um pesadelo parecido com a de alguns meses atrás. A sensação de terror, e a angustia apertando meu corpo. E tudo isso aumentou quando vi a mesma segurar um canivete, ela girava o mesmo entre os dedos. Com sorriso psicopata nos olhos, e por várias momentos eu odeia a Marina, foi ela quem provocou tudo isso, foi ela quem me trouxe pra cá, mas também era a minha culpa, porque eu aceite ficar, eu estava tentando fugir dos problemas e acabei entrando em danos pior. E agora só me restava rezar. Eu só não podia deixar nada acontecer com a Samantha, eu não me perdoaria.
— Agora me beija , como ontem! — Ordenou, eu estava entre ela e a parede, impossível fugir dali.
— Eu não sinto mais vontade de te beijar! — Minha voz saiu falha, mas ela conseguiu entender.
— Mais da metade dessa cidade Sente vontade de me beijar, você não seria diferente! — Me olhou cheia de ódio, e com um pouco de mágoa.
— Mas, eu não sou mais dá metade da cidade. — Eu só não sabia onde eu estava encontrando coragem para bater de frente com uma gangster.
— Não foi assim que você reagiu ontem a noite, você parecia bem animadinha na minha cama!
— Eu não conhecia, esse seu lado bosta, além de machista, é agressiva, e sem coração. Só pensa em si mesmo. De egoísta na minha vida, já basta o meu pai, não preciso de mais uma! — Meu nervo já estava a flor da pele, eu não estava conseguindo controlar minha boca e muito menos as palavras que saiam dela.
— Quem você pensa que é pra falar assim comigo porra?! — Aponta o canivete próximo ao meu rosto. Eu engoli seco, sinto me garganta trava e minha respiração pesar.
— Eu posso te matar sabia, se bem que seria um desperdício acabar com essa obra de arte! — Sorrir sínica, com os olhos cheios de malícia, eu pedia aos céus para me salvar. Mas sentir a ponta afiada do canivete corta um dos meus braços, gemi sentindo  arde, vejo uma pequena possa de sangue se forma em meu braço. Pigando em meus dedos.
— Tem certeza que não vai me beijar? — Permaneci em silêncio, e a mesma segura forte meu queixo.
— Ou você prefere morrer? Em? Fala alguma coisa caralho! O gato comeu a tua língua, ou você quer que eu coma? — Aproximou a navalha da minha língua, fazendo um pequeno corte, mas que ardeu bastante, me fazendo  derrubar algumas lágrimas. A mesma começou a acariciar meus seios por cima da blusa, olhei para o lado avistando uma jarro de vidro, deixei que ela me tocasse para que eu pudesse pega-lo, só estiguei mais um pouco meu braço, pegando pelo lado fino do vaso, mirei em sua cabeça atingindo em cheio a sua nuca, a fazendo me solta no mesmo instante e por a mão no local. Tentei correr e abrir a maçaneta do quarto, mas a mesma estava trancada. As cosias se complicaram, já que eu havia provoca a ira da maior.
— Agora eu perdi a paciência com você garota! — Rosnou me jogando no chão. Sentir minha bunda doer com a pancada. De baixo da mesa, avistei uma navalha, fui engatinhando até lá, mas sentir a mesma puxar um dos meus pés tentamos me impedir. Juntei minhas forças e no ato de raiva, chutei forte sua mão, a fazendo gritar de dor.
— Sua vadia! — Depois de pegar a navalha, fique de pé na posição de ataque. E a mais alta, parecia pensar em algo, enquanto me olhava firme. Em fração de segundos ela estava com a uma de suas mãos em meu pescoço, com o corpo para trás. Eu preciso reagir ou morreria ali mesmo.
— Sabe, meus planos não eram te matar, eu ia fazer de você, a minha rainha, mas você recusou, além de me desafiar. Agora sofrerá as consequências. Vi ela aproximar a navalha para o meu pescoço, sentir a ponto fina da navalha sobre o mesmo. Meu peito subia e descia, mas eu tentava me acalma para pode pensar melhor. Até que sinto meu pescoço arde, e uma dorzinha chata se estalar bem no local machucado. Mas foi aí que eu pensei em algo, chutei sua barriga a fazendo cair de bunda no chão, mas na mesma hora fui puxada para o chão e a mesma ficou por cima de mim, tentando atacar minha barriga com seu canivete. Nossos suor já estavam pingando, tinhamos a respiração pesada, mas eu não tirei a concentração daquela luta por nenhum segundo. Até que sentir algo entrar em  uma coisa dura. Fizemos cara de dor, sentir sangue caindo em nossas mãos. Quando abri os olhos, vi a navalha que estava em minhas mãos enfiada na barriga de Bruna, a mais alta tinha a boca entre aberta.
— O que você fez? — Me olhou com os olhos arregalados.
— Fiz o que você provavelmente faria comigo, sem nenhuma piedade, eu agir por legitima defesa — Dito isso puxei a navalha da sua barriga, fazendo seus olhos revira, a mesma caiu de joelhos e seu corpo ficou jogado naquele chão frio, o sangue ao redor do seu corpo, completamente sem vida. Joguei aquela navalha para longe me sentindo um monstro pro ter tirado a vida de alguém, mas não era qualquer pessoa  era a garota que queria me matar, e mesmo assim eu me sentia mal. Avistei uma janela entre aberta, troquei minha camisa melada de sangue, lavei as mãos, e peguei minhas coisas, tive uma ideia e procurei por uma câmera para usar como prova, peguei uma que estava na mesa do computador, a guardei dentro da bolsa, e finalmente atravessei a janela. Olhando para todos os lados. Com medo de ser pega, avistei um táxi de longe, sinalizei para ele, um tanto nervosa,  ele logo parou perto de mim, entrei no carro, as pressas, lhe dizendo o endereço, o mais velho seguiu, me olhando desconfiado pelo estado que eu me encontrava, eu não conseguia conter meu nervosismo, mas eu ignorei os olhares do homem sobre mim. Várias imagens da minha briga com a Bruna invadiam a minha mente, me fazendo suor frio, eu queria espantar aquelas pensamentos, mas eles surgiam do nada, de modo que eu não conseguia evitar.
— Você está bem? Quer um pouco de água? — Peguei o copo de água do homem e bebi de uma vez, respirando pesado. Percebi que eu já havia chegado.
— É aqui, obrigado! — Joguei uma nota de 100 em seu
colo e sair do carro às pressas.
Do jardim Marina me avistou e veio correndo ao meu encontro, tentou me abraçar mais eu desvie dos seus braços.
— Eu matei ela Mariana! Eu a matei com a navalha, ela queria me obrigar a fazer coisas, depois ela quis me matar por não fazer a suas vontades. Ela queria tirar a vida da Samantha, eu não pensei muito, eu só a matei! — Eu disse de uma vez, entre soluços.
— Você matou a Marquezine, é isso que você está tentando me dizer? — Marina toma uma expressão apavorada.
— Sim! — Minha voz saiu falha.
— Caralho, mano, e o que faremos agora? —  Ruiva perguntou-me olhando.
— Precisamos sair daqui, agora mesmo.
— Você não pode fugir!
— Eu não posso ser presa! — Gritei
— Mas você não vai presa, você é de menor e agiu por legitima defesa, certo?
— Sim! Peguei uma câmera para usar como prova, os amiguinhos dela poderiam, muito bem apagar. — Tirei a câmera da bolsa.
— Isso vai ser perfeito para gente!  Mas eu ainda não acredito que você conseguiu fazer o que muita gente desejou, matar uma das maiores traficantes da cidade! — Marina me olhou impressionada. Minutos depois os demais já estavam sabendo do acontecido, eles tiveram a mesma reação que a Marina. Nesse momento estávamos assistindo ao vídeo.
— Mano, olha só isso cara, você foi demais! — Chay diz impressionado.
— Onde você aprendeu isso? — Hanna pergunta curiosa.
— Fiz algumas aulas de luta, tenho meus truques. Mas eu não fazia ideia que chegaria a essa ponto. — Nem eu mesma conseguia acreditar no que eu havia feito. Foi descomunal!
— Agora já era, tá feito! Não adianta se lamentar. — Diz Marina fechando notebook,  em cerrando o vídeo. — E agora o que faremos? — Continuava ruiva.
— Eu preciso sair daqui e resolver isso sozinha.
— Mas...
— Marina, isso é assunto meu, por favor! — Pedir e a mesma cedeu bufando.
— Eu vou nessa, nos vemos depois! — deixe um beijo no rosto de cada um, e segui até saída, dessa vez chamei um Uber que chegou em 4 minutos. Fui para casa sem avisar a minha mãe, sorrir por está  finalmente de volta ao meu lar.
— Mãe! Mãe você está aí? — Como não obtive resposta subi até seu quarto e encontrei a porta entre aberta, escutei, um gemidos estranhos, e uns gritos. Empurrei mais um pouco a porta e encontrei minha mãe e Mallu transando loucamente, aquilo era demais para mim, nunca imaginei ver minha mãe e Mallu na mesma cama, ao amassos. Onde eu estava todo esse tempo que não percebi isso antes? Aquela voz no telefone era mesmo a voz da Mallu. Essa visão terrível jamais sairá da minha cabeça. Mas o mais cômico era saber que toda aquele preconceito da  Mallu era só uma  faixada para esconder seu verdadeiro  eu, e toda implicância com a minha mãe era amor? Resolvi chamar atenção das duas e acabar com a festa.
— Voltei mãe! — As duas virou na mesma horas, com os olhos arregalados, tampando os corpos com o lenço — E vejo que temos supresas! — Do um sorriso falso.
— Lica minha filha, nós precisamos, precisamos conversar! — Se atrapalha com nas próprias palavras.
— Sim precisamos, claro! — O olho sínica.
— Eu preciso ir! — Mallu se pronuncia pela primeira vez.
— Claro você precisa fugir, eu te compreendo Mallu, mas não se preocupe eu não sou preconceituosa, e muito menos sou do tipo que tenta estragar o relacionamento dos outros, ao contrário de você, que fez de tudo para acabar minha relação com a Samantha, fazendo os discursos mais preconceituosos possíveis. E por ironia do destino, eu te encontro pelada na cama da minha mãe, gemendo horrores, com algo que você chamava de anormal, como você se senti fazendo algo anormal? Ou melhor como se senti agora, depois das minhas palavras, depois de ser pega logo por Heloísa Gutierrez? Acho que o jogo virou não é mesmo? Esse momento é só meu e de mais ninguém Imagino a cara do papai, quando ela bomba explodir! — Debochei.
— Lica já chega! — Minha mãe me reprimiu.
— Ué mãe, eu só disse o que ela merecia ouvir, não é Mallu? — Ergue a sombrancelha.
— Você pode me atormenta quanto tempo você quiser, mas não conta nada disso pro Edgar, e nem para Clara, não agora! — Era cômico ter uma Mula te implorando por algo, isso merecia replay, sorrir divertida.
— Não se preocupe, minha boca será um túmulo, se você me deixar em paz! — Ameacei.
— Então estamos kits, mas agora tenho que ir amor! — Fala olhando para minha mãe.
— Amor? Amor, eu ouvir isso mesmo — Dei uma gargalhada alta, e a mesma me olhava seria, enquanto minha mãe segura uma risada.
— Cara, eu vivi pra ver isso, sério? Isso está Ilário!
— Lica chega de gracinhas, nós precisamos nos trocar, por favor! — Minha mãe aponta para a porta, e eu saiu ainda sorrindo, por saber que a Mula agora estava em minhas mãos.

Meu TrevoOnde histórias criam vida. Descubra agora