Lembranças

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Notas:
Eu não ia postar hoje, porque eu estava cheia de problemas pra resolver, mas acabou que eu resolvi deixar tudo pra depois, para me comprometer com vocês. Então vamos a mais um capítulo, que tem muita coisa pra rolar ainda nessa reta final

Samantha on:

Esses dias foram aqueles dias difíceis,  escuros, sem esperança, sem sorrisos, sem risadas de verdade, um dia triste, que começa desejando não ter começado. Eu vivo e morro todos dias. Casa tão cheia e meu coração tão vazio. Um daqueles dias ao invés de vermos o sol nascer, optámos por nos trancar no quarto e beber um litro de vodka escutando Lana Del Rey ou algo parecido. Um daqueles dias que desejamos sumir. Um daqueles dias que sentimos partes do corpo sendo rasgado por uma navalha completamente afiada. Um daqueles dias que você desconta suas dores em todo mundo que tenta te ajudar. Ai você se olha no espelho, e xinga seu próprio reflexo por se sentir uma inútil. Parei para pensar que na maioria das vezes reclamamos que não temos razão para viver, que não temos o que queremos, que não somos felizes Mas há tantas pessoas no mundo, desejando tão pouco para serem felizes. Há tantas pessoas cheia de saúde e desejando morrer por causa de pequenas coisas que deram errado, e eu aqui com apenas 17 anos, com câncer no fígado, desejando viver. 
— Filha como se senti? — Ouvir a voz da minha mãe me tirando dos meus pensamentos.
— Estou com medo de morrer, pela primeira vez na minha vida mãe. — Sentir lágrimas molhar meu rosto.
— Filha nós vamos vencer isso juntas! — Colocou sua mão sobre a minha, acariciando bem ali. 
— E onde está a Lica? — Eu não conseguia tira-la da cabeça desde que saímos daquele cativeiro.
— Filha, sua namorada é a Raíssa, ela esteve com você todo esse tempo desde que você descobriu esse câncer, e além do mais, eu não acho essa garota uma companhia saudável para você, que eu me lembre você está assim por causa dela. — Minha mãe nunca apoio meu lance com a Lica, mas eu nunca levei isso em conta.
— Não mãe,a Lica não tem nada ver com meu câncer, ela estava em coma, não sabia o que se passava, eu que a destruir e mesmo sem lembrar do que vivemos, mesmo sem me conhecer direito, ela me amou, foi torturante tudo o que vivemos nas mãos daqueles caras, eu fui assediada, eu fui abusada, tocada, mas se os sequestradores me liberasse, eu não aceitaria, eu ficaria lá, por ela, porque eu sei que ela faria o mesmo por mim. — Minha mãe chorou com aquela declaração, principalmente com a parte dos assédios que eu sofri.
— Filha eles te estupraram? — Minha mãe perguntou com os olhos avermelhados, cheios de ódio.
— Ele chegou a tocar as minhas partes íntimas! — Fechei os olhos, tentando afasta aquelas imagens daquele miserável me tocando, agarrei o lençol da cama do hospital, apertando com força. 
— Meu Deus, Calma filha, que miseráveis! — minha mãe rosnou com raiava, ela apertava meu corpo contra o seu, tentando deminuir a minha dor naquele momento, eu apertei forte, soluçando, encharcando seus ombros com minhas lágrimas, sentir suas lágrimas molharem meu pescoço. Mas ao pouco eu fui me acalmando, saímos do abraço, e mesma me olhou com aquela carinho de mãe, que só ela tinha. 
— Eu prometo, que colocarei esse maldito atrás das grandes! — Diz enquanto segurava meu rosto com as duas mãos. Sentir meu celular vibrar por debaixo da minha coberta, era uma mensagem de Tina.

Tina: Samy, como você está? Não tenho uma boa notícia, não se sabe o certo, mas parece que a oficina que vocês estavam presas, explodiu, com os pais da Lica e Mallu.

Aquela mensagem havia sido como um baque pra mim, difinitivamente era a pior notícia do dia. Eu só conseguia pensar em Lica e na Clara. E mais uma vez permitir que minhas lágrimas caíssem novamente. 
— Filha o que houve? — Levantou minha cabeça. Sem forças para dizer um palavra siquer, mostrei a mensagem de Tina.
— Meu Deus! — Minha mãe leva sua mão a boca, com os olhos marejados. Me abraçando novamente, e novamente eu desabei em seus braços.

Meu TrevoOnde histórias criam vida. Descubra agora