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Aísha sentiu uma mistura de tentação e medo, apertou a mão da amiga com certa força, não era o suficiente para fazer a outra sentir dor, mas para transparecer seu medo.

Any levou os olhos ao rapaz de cabelos longos e se perdeu ali. Parecia que algo nele a prendia, através daquele olhar ela sentia que ele entendia tudo em seu coração.

— Não conversamos com estranhos. — Any rebateu retirando o braço da posse de Manigold.

— Espere... — Albafica se pronunciou. — Não precisam nos temer... — o pisciano deslizou a mão pelo ar e uma rosa branca apareceu em sua mão. — Somos como você.

— Any... — Aísha tentou mais uma vez.

— Tudo bem! — a morena disse ríspida. — Apenas uma conversa.

Manigold sorriu contente e foi juntamente com Albafica para perto da mesa, as meninas sentaram-se de um lado com o canceriano e Albafica ficou sozinho do outro, afinal, ele negava o excesso de proximidade. Any sentiu um pouco de vergonha, nunca havia se sentado numa mesa de um lugar como esse com dois homens, apesar da prova que, assim como ela, ele possuía cosmo, ela ainda desconfiava. A garçonete não demorou muito para se aproximar com dois pratos de comida e sucos, havia batata e carne o suficiente para que ambas se sentissem satisfeitas.

Enquanto comiam os dois podiam notar que haviam passado por grandes dificuldades e provavelmente não comiam há bastante tempo, eles, assim como os outros cavaleiros, haviam passado por uma vida difícil e eram órfãos como Any e Aísha, sabiam qual era a sensação que tomava o coração das duas.

— Querem nos contar o que aconteceu? — Albafica incentivou, se fosse Manigold, provavelmente elas teriam medo.

— Não precisam temer. — Mani disse sorrindo. — Todos nós já passamos por coisas difíceis.

— Onde estamos? — Any perguntou lançando um olhar de súplica aos dois.

— Na Grécia... — Albafica respondeu com certo receio, será que não sabiam como haviam chegado ali?

Any tomou a voz e foi explicando calmamente o que aconteceu desde o início da história. Sentiu medo em contar a eles do quase abuso por aquele soldado, então pulou essa parte. Contou-lhes sobre os poderes que despertou do nada e perguntou muitas vezes: O que eu me tornei?

— Cavaleiros de Athena? — Aísha perguntou, parecia interessante. — O que exatamente é isso?

— Somos guerreiros, lutamos pela paz na Terra e pela deusa Athena. — Albafica explicou a ruiva. — O que sua amiga sente se chama cosmo, ele nasce em momentos precisos, é a nossa fé que move nossos poderes.

— Você quer dizer que Deus nos deu esse poder? — Any perguntou confusa. Afinal, era cristã. — Não faz o menor sentido.

— E não precisa fazer. — o câncer disse rindo. — A vida não precisa fazer sentido. Não tente explicar tudo com uma teoria, se o seu deus pode existir, por que a minha não pode?

— Vocês acabaram de dizer que são guerreiros de uma deusa grega, na qual lhes da poderes, em troca de que? — Aísha perguntou.

— Já disse, protegemos ela e a Terra, protegemos você. — Albafica respondeu num tom mais sério. — Se sua amiga despertou o cosmo é porque o destino reserva algo para ela.

— E Aísha? — Any perguntou preocupada. — O que o destino reserva pra ela? — continuou num tom de deboche, como se Albafica fosse um vidente e ela uma cliente.

— Hm... — Manigold acenou negativamente com a cabeça. — Podemos te fazer um convite?

— Qual? — a morena questionou séria.

Saint Seiya - Filhas do Tempo (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora