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Sísifo e El cid corriam lado a lado para chegarem primeiro do que Alone ao todo da floresta, isso jamais seria problema para dois cavaleiros de ouro, podiam se mover a velocidade da luz sem sequer usar muito de seu real poder. Mas precisavam manter seu cosmo num nível quase nulo, assim Pandora não perceberia-os quando chegasse ao topo da floresta. Eram quase cinco horas da manhã quando ambos chegaram exatamente ao local visto pela visão de Any, deveriam esperar em silêncio até que a criança chegasse lá e em seguida Pandora aparecesse. 


Esconderam-se num lugar sobre as árvores, assim seus cosmos não seriam sentidos no chão e nem no ar, a árvore seria intermediária de seus poderes, assim como um dia Reia fez para esconder a tríade do Olimpo de Chronos. Mas enquanto ambos executavam a missão com louvor, Any sonhova com a única coisa que não devia sonhado, o deus da morte, Thanatos. Em seu sonho o homem de cabelos negros a observava de longe, não queria se aproximar, mas ela sabia que ela estava ali por algum motivo. Os olhos negros da menina parecia não ligar para a visão que tinha do deus, não se importava com a sua existência ali, mostrando ser superior ao ser. Mas quando Thanatos mostra Aísha em uma gaiola a menina parece se desesperar, ambos iniciam uma batalha por conta da afronta do deus.

Any mexia-se na cama, como se quisesse fugir de algo, a testa molhada pelo suor denunciava seu desespero. Mexeu-se mais uma vez e Manigold abriu os olhos, olhando-a sobre a cama a gemer de pavor, o canceriano se sentou, ainda tonto pelo sono, e sem medo levou os lábios ao da morena e roubou um selinho. Na mente de Any, Manigold adentrou seu sonho para protegê-la do deus, mas seus olhos se abriram de imediato, obrigando-a acordar sem saber o final do sonho.

— Mani... — ela pronunciou e ele a puxou para perto. — Foi horrível... — choramingou enquanto deixava as lágrimas descer.

— Ele não vai te machucar. — o cavaleiro acariciou a cabeça da amada e manteve uma expressão séria. Sabia do sonho que ela teve. — Confie em mim.

Manigold jamais permitiria que Thanatos tocasse em Any ou Aísha, assim como sabia que Albafica e os outros cavaleiros fariam o mesmo para protegê-las. Apesar de amá-la, mesmo que não admitisse, ele tinha profunda certeza que não era o único cavaleiro forte ali, seus companheiros jamais deixariam que alguém machucasse as duas.
Mas enquanto o câncer tranquiliza a garota do tempo, Alone subia a montanha para conseguir o vermelho perfeito, que no dia anterior havia conhecido através de Hypnos, deus do sono, que queria apenas levar o garoto até Pandora, despertando assim, o Imperador do inferno para esta era. Enquanto Alone brincava com seu cachorrinho branco, o ar começou a ficar pesado, uma mulher de longos cabelos negros surgiu a frente do menino, andando elegantemente ela se aproximou dizendo.

— Sabia que se você mesclar todas as cores que produzem luz obterá uma imensa escuridão?

— An... — Alone a olhou incrédula. E logo viu seu amado cachorrinho cair ao chão desmaiado. — Não!

— De tempos em tempos meu imperador vem a este mundo, usando sempre a alma mais pura do século para reencarnar. — a bela mulher disse com um sorriso no rosto.

— É uma pena, mas isso não acontecerá desta vez! — a voz de Sísifo ecoou e quando a mesma notou El cid já estava ao seu lado.

— Mas o que é isto? Como ousam? Ratos de Athena! — a mulher gritou indignada.

El Cid tomou da mão da mulher o Your Ever e moveu-se em alta velocidade para longe dali, deixando Sísifo a dar conta da mulher, achava justo que aquele colar ficasse seguro. Pandora sentiu-se enganada por humanos, sua paciência acabou ali, Alone estava assustado e não entendia o que estava havendo, mas lembrava-se do rosto de Sísifo, pois ele havia levado Sasha para o santuário quando eles eram crianças. Pandora elevou o cosmo fazendo o vento soprar mais forte pelo local e em sua mão sua lança apareceu, e com ela disferiu uma rajada contra Sísifo. Mesmo ela sendo apenas uma serva de Hades, estava acima dos espectros e naquele momento seu cosmo vinha dos deuses gêmeos, pois foram eles a designar a missão a mulher, sendo assim, por mais que Sísifo ainda seja forte, Pandora tinha poder o suficiente para ao menos machucá-lo.

Uma batalha se iniciou entre os dois e Alone correu para longe, descendo a montanha correndo e deixando tudo para trás, estava tão assustado que só conseguiu levar seu amado cachorrinho, que estava desmaiado ainda.
Enquanto no santuário, Albafica e Aísha acordaram um ao lado do outro, o cavaleiro olhou a ruiva completamente descabelada e sorriu feliz.

— Bom dia. — ele disse e tocou a ponta dos dedos ao rosto da pequena garota.

— Bom dia! — ela sorriu animada.

Albafica sorriu, não queria que depois daquela noite ambos ficassem estranho um com o outro, queria que pudessem desfrutar de noites como essa e no dia seguinte se tratarem normalmente, como namorados, como amigos e como mestre e pupila. Queria que ela entendesse a sua condição de cavaleiro, afinal ela também era uma, mas sabia que ela era mais poderosa e nivelava-a ao lado da própria Athena, pois ambas eram poderosas, só precisavam de instruções de como usar seus devidos poderes.

— Parece que as coisas vão começar a ficar mais sérias daqui pra frente. — comentou o pisciano enquanto se levantava.

Aísha contemplou o corpo nu do amado e sorriu. — Por quê? — perguntou.

— Tenho uma leve impressão de que apenas roubar o colar não será o suficiente. — o peixe andou para o banheiro de seu quarto e a menina fez uma expresso de tristeza. — Tome banho. — disse em voz alta para que ela pudesse ouvir. Ela revirou os olhos e se levantou da cama calmamente se enrolando no lençol, mas quando lançou um olhar sobre a cama observou uma mancha de sangue ao meio do lençol que cobria a cama.

— ALBAFICA! — gritou.

Manigold obrigou Any a tomar banho e a arrumou devidamente, queria que ela fosse a um lugar com ele, mas queria que Albafica fosse também, mas este demorava tanto que estava a entendiá-lo. O canceriano observava Any tomar o café da manhã e sorria ao lembrar que ela havia deixado ele ensiná-la a beijar.

— Any. — o rapaz se aproximou da menina no banco. — Gostou de aprender a beijar?

— Sim. — respondeu a outra. — Obrigada por me ensinar.

— De nada. — ele passou a mão na nunca sentindo-se envergonhado. — Mas, preciso impor uma condição.

— Qual? — a menina levantou uma sobrancelha mostrando curiosidade.

— Jamais beijará outra pessoa. — ele disse sério. — Pode apenas beijar a mim.

Ela sorriu. — Como se tu só tivesse beijando a mim. — desaprovou.

— Mas Any... — o cavaleiro sentiu-se um tanto mal por ela saber que ele havia beijado outras mulheres. — Não é a mesma coisa.

— E por que não? — perguntou a morena. — Por que sou mulher?

— Não tem nada haver com isso. — ele suspirou. — Trata-se de algo mais profundo.

— Então me explique, mestre. — ela pediu em tom de deboche.

— Não beijei outras como beijei você.... — ele balançou a cabeça. - Foi diferente.

Saint Seiya - Filhas do Tempo (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora