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Albafica observou os olhos de Any sobre Shion, foi aí que notou a diferença entre ela e Aísha, uma era tão distraída e desprovida de curiosidade, a outra era curiosa e parecia mais esperta do que aparentava. Manigold olhou Aísha como se estivesse analisando sua alma, reparou nos cabelos cor de cobre e os olhos azuis celeste, parecia frágil e muito amável, olhou a amiga ao lado dela e notou, como Albafica, a diferença. Any era mais baixa, possuía longos cabelos negros e os olhos eram indecifráveis, a pele mais clara que a da outra combinava com o tom do cabelo, deixando um ar de mistério.

— Falta muito? — Aísha perguntou choramingando.

— Só mais um pouco. — Albafica disse. — Mais alguns degraus e estaremos na casa de câncer, lá vocês poderão descansar.

— Casa de câncer? — Any sorriu. — Você é cavaleiro de câncer? — perguntou a Albafica.

— Não. — o pisciano sorriu de lado. — Sou o cavaleiro de ouro de peixes.

— Eu sou o cavaleiro de câncer, minha querida. — Manigold disse numa gargalhada.

— Ah... Legal. — a morena comentou desanimada. — Vocês parecem tão familiares, mas ao mesmo tempo tão desconhecidos.

— Eles nem tem cara de cavaleiro. — Aísha continuou. — Albafica é tão bonito e Manigold parece tão...

— Tão? — incentivou o canceriano.

— Mau...

— Hahaha — gargalhou. — Mas que garotinha boba.

Logo notaram que estavam na entrada da casa de câncer, o pátio enorme tinha alguns destroços de pilares quebrados e a casa não parecia tão bonita quanto a de Áries, Touro e gêmeos. Apesar de Hasgard e Defteros não estarem em casa, Mani e Albafica comentaram sobre os guardiões daquela casa para as meninas, Aísha achou empolgante, mas Any lutava com sua vontade interna de voltar à Inglaterra e socar os soldados de lá, sua alma nutria ódio.

— Bem vindos a minha humilde residência. — Mani sorriu se gabando.

— Hm... — Albafica desaprovou. — Meninas, podem entrar, antes de levá-las para a senhorita Athena vamos lhes dar roupas novas e sugerir um banho.

— Oh.... Isso seria maravilhoso. — Aísha sorriu empolgada. — Você é muito gentil!

— Você é muito gentil — Manigold imitou a escorpiana com uma voz enjoada. — O que acha de mim, Any?

— Nada. — Any respondeu sincera.

— Tsc... — Manigold virou o rosto de lado e observou Aísha rir. — Qual a graça?

— Vai perguntar isso justo a ela? — a ruiva riu.

— Hunf. — resmungou o canceriano.

Em seguida ele mostrou a casa para elas e pediu as empregadas vestidos novos para que pudessem se vestir. Any e Aísha observaram o lugar com certa desconfiança, mas como dizem por aí, é pelo estômago que se conquista as pessoas, estavam alimentadas e menos mau humoradas que antes.

O câncer regressou a sala principal da casa e notou que o peixe estava sentado sobre seu trono, em seu rosto se formou um perfeito "bico" de indignação. Como ousava sentar no trono dele? Deu de ombros e sentou-se aos pés de Albafica, um tanto longe, sabia que o outro não gostava de estar próximo a ninguém.

— Acha que elas vão servir de algo? — ele perguntou ao amigo, na intenção de puxar assunto.

— Reparou a aura dourada que Any emanava? — uma luz pareceu se ascender na mente de Manigold ao ouvir a fala de Albafica. — Parece que há coisas que nem mesmo nós, cavaleiros de ouro, entendemos.

Saint Seiya - Filhas do Tempo (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora