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Tinham então uma chance de viver o verdadeiro amor após toda aquela guerra, mas e se não estivessem mais ali para viver? Tudo bem que Any fosse a personificação do tempo junto a Aísha, mas Albafica e Manigold eram humanos, uma vez mortos, sempre mortos. Perder não era uma opção.

Quando Manigold saiu do quarto foi em direção a sala da casa e trajou sua armadura, existia uma sensação diferente em seu peito, não queria ter mentido para Any mas também não encontrava outra forma de desobedecê-la sem chateá-la. Ela podia não ter previsto sobre o que aconteceria durante a guerra, mas sabia que muitas coisas ruins talvez estivessem por vir.

Os doze cavaleiros estavam prontos, todos trajando a vestimenta sagrada que a Athena os dera, o grande mestre Sage estava na escolta pessoal da deusa ao lado de seu irmão Hakurei, Tenma e Alone. Shion esperava por alguma manifestação em sua casa e se perguntava se a estratégia de Any e Albafica iria dar certo contra os gêmeos, afinal, haviam dimensões que somente Hypnos podia controlar, porém, ainda assim, o tempo existia para todos.

Aísha observava o ambiente ao lado de Albafica, que parecia muito sério, ela não gostava disso, porém era necessário, a situação do santuário talvez não fosse boa, não sabiam exatamente o que viriam a encontrar, certamente o rosto sério do cavaleiro era necessário. Ela se aproximou em passos lentos e mesmo com ambos trajando suas devidas armaduras ela segurou-o pela mão em busca de afeto.

- Estou com medo. - a voz trêmula da ruiva encantou-o o suficiente para que o fizesse olhá-la diretamente. - Eu tenho medo de te perder, Albafica.

- Eu estou em seu coração. - orientou o cavaleiro. - Existe um sala abaixo de cada casa do zodíaco onde antigamente os pupilos se escondiam durante as guerras. Se você perceber que estamos perdendo, por favor, se esconda lá e oculte seu cosmo.

- Eu não vou a lugar nenhum sem você. - ela o olhou quase a cair em lágrimas. - Albafica...

- Você precisa garantir que pelo menos um de nós sobre para tentar reverter essa situação. - o olhar sério do mais velho tomou conta da visão de Aísha. - Você precisa se proteger, proteger a criança que carrega na barriga. - Aísha olhou-o espantado e pôde ver um sorriso se formar no rosto do namorado. - Me desculpe, eu não fui capaz de dar-te um chá realmente abortivo.

- Eu te amo. - a ruiva o abraçou com força. - Nós vamos conseguir, eu prometo.

A notícia da gravidez era tudo que Aísha precisava, de certa forma saber que teria um filho com o cavaleiro de peixes a animava e motivava a não termer e confiar nela e em Albafica. Isso a fazia descartar qualquer alternativa de perecer, isso não era mais possível, precisavam vencer.

O ambiente tornou-se pesado quando três explosões foram sentidas pelo santuário. A primeira foi na casa de Touro e Hasgard já ficou a par da situação, Orneiros havia pousado na segunda casa do zodíaco. A partir desse momento todos no santuário perceberam que os gêmeos não vinham sozinhos e que haviam preparado tudo para surpreender a todos do santuário.

A segunda explosão foi na casa de escorpião, onde pousaram três dos deuses do sonho: Morfeu, Ícelos e Phantasus. Eles haviam escolhido estrategicamente onde e porquê cair, tanto touro quanto escorpião não eram cavaleiros voltados para defesa e ilusões, seriam mais fácil para eles lidar primeiramente com eles. A terceira explosão foi no pátio do templo de Athena, onde pousou o próprio Thanatos.

Sage e Athena permaneceram no trono sentados, por mais que o santuário estivessem em guerra era missão do grande mestre proteger Athena e de Athena manter a barreira erguida, pois com a barreira ativa o poder dos inimigos não eram tão absurdos quanto fora dela.

- É preciso que eu te chame Athena? - a voz rouca de Thanatos adentrou o salão. - Vais ficar em teu trono sentada enquanto o teu santuário cai em desgraça? Não vai se juntar ás tuas tropas e lutar com dignidade? - este era um dos maiores erros de Athena na opinião de muitos deuses, ela não se juntava as tropas muitas das vezes que as guerras santas aconteciam. - Eu fico alegre em saber que Pandora tem toda razão, você é uma rata covarde que se esconde atrás de humanos, incapaz de lutar com as próprias mãos e medrosa o suficiente para criar uma fortaleza para te proteger. Mas desta vez eu venho lhe informar que o teu santuário vai cair!

O grito final do deus da morte veio acompanhado por um gesto de mão que ao atingir a atmosfera lançou o teto do templo de Athena para o abismo atrás dele. De cima Thanatos observava Athena ser protegida dos escombros por Tenma enquanto Hakurei e Sage já estavam de pé prontos para enfrentá-lo. Na segunda casa Orneiros e Hasgard travavam uma batalha sangrenta, assim como em escorpião Kardia e Morfeu lutavam. Phatasus havia passado pela casa seguindo para sagitário, Sísifo já os esperava pronto para o início de uma batalha contra dois, porém Phatasus não ficou, subiu para a casa de capricórnio. Ninguém sabia o resultado final daquela batalha toda, mas sabiam que Thanatos estavam com Athena e eles não podiam demorar, querendo ou não Thanatos era um deus e Hakurei e Sage só contavam com Tenma, afinal Alone não era cavaleiro.

- Any.. - Manigold chamou olhando para a mais nova. - Eu menti pra você.

- Eu sei. - informou num suspiro. - Eu sei que você não vai ficar aqui, mas deixa eu te pedir uma coisa antes que vá?

- Pode pedir. - o mais velho sorriu sem jeito e a puxou para seu peito. - Peça o que quiser?

- Espere para saber da decisão da luta na casa de Touro, eu irei ajudar seu mestre. - ela o beijou no rosto. - Depois disso você pode ir onde quiser.

Manigold não teve tempo se responder, Any o soltou e caminhou para fora na direção da casa de leão. Iria ajudar Sage e Hakurei enquanto Manigold ficava para saber se precisaria ou não lutar por câncer. E enquanto ela caminhava pelas escadas Thanatos se aproximava ainda mais de por as mãos em Athena.

- Você não nos conhece, Thanatos. - o timbre de Sage era raivoso. - Estou esperando por você há muito tempo.

- Tolo... Um velho como você já está fraco e acabado. - o deus sorriu e moveu o braço em diagonal. - Mas admiro a sua decisão em me esperar, cumpriu com sua palavra, portanto, morra!

O braço do deus desceu levando uma pressão absurda, fazendo o grande salão ir ao chão por completo. Sage saltou com Athena para fora enquanto os outros três se protegiam. Agora estavam todos do lado de fora, porém não existia mais lado de dentro. Estavam finalmente frente ao deus que queriam, essa era a hora de fazer alguma coisa.

Saint Seiya - Filhas do Tempo (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora