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Aísha rolou calmamente pela cama e excedeu o limite, caindo no chão enrolada aos cobertores. Porém mesmo assim não ligou por estar a dormir no chão e continuou ali como se nada tivesse acontecido. Albafica, que já estava acordado ouviu a queda da menina e foi ao quarto dela ver o que havia acontecido, observou a garota estirada no chão e sorriu, como podia ser tão espontânea daquela forma?

- Aísha! - chamou-a em voz alta. - Está na hora de levantar.

- Mas eu já estou no chão! - afirmou a menina de forma manhosa.

- Vamos, temos pouco tempo! - avisou o mestre.

- Não. - a ruiva cobriu a cabeça e sorriu.

Ela queria que Albafica fosse mais carinhoso com ela, carinhoso a ponto de tirá-la da cama a convencendo que seria bom e não dando ordens. No fundo Aísha sabia que o cavaleiro de peixes tinha um lado muito romântico e iria usar isso ao seu favor. O pisciano se aproximou da menina e começou a tirar seus lençóis para descobri-la, percebeu que ela estava de camisola e mostrava suas coxas de uma forma um tanto exposta.

"Quem faz essas roupas?" O homem pensou sentindo seu rosto queimar de vergonha. Agarrou a menina nos braços e jogou sobre a cama.

- Ai.... Grosso. - reclamou a ruiva.

- Vamos levantar, vamos acabar chegando atrasado no treino. - repreendeu.

Albafica virou-se para sair e Aísha fez uma carinha triste, mas levantou e foi logo se vestir. As roupas que as criadas haviam separado para ela eram diferentes: calça e camisa de manga longa e branca. Ela estranhou, mas não protestou, para treinar era melhor que estivesse de calça e não de vestido. A calça ficou bem acentuada em seu corpo, destacando suas curvas de uma forma mais evidente.

- Mestre... - a ruiva chamou enquanto ajeitava a camisa.

- Está errado... - Albafica se aproximou ajeitando a gola da menina. - Nunca vestiu uma camisa antes?

- Eu sou menina. - ela riu olhando-o nos olhos. - Eu só visto vestido.

- Agora tem que se acostumar com as camisas.

Albafica olhou a menina fazer uma expressão diferente e riu, ela teria que se acostumar a vestir roupas menos perigosas, assim ela estaria mais segura ao treinar. Depois de arrumados ele a deixou tomar café em paz, esta comeu bastante para poder se manter em pé o dia todo. Apesar de que hoje seria seu primeiro dia de treino e as coisas não fossem ser tão pesadas ainda, ele preferiu deixá-la comer do que ouvi-la reclamar o tempo todo.

Any olhava Manigold um pouco assustada, segurava com força a toalha contra seu corpo e respirava pausadamente tentando se acostumar com a presença do canceriano. Apesar de ter medo de homens por conta do que aconteceu ela não temia tanto Manigold até então, mas estar quase nua na frente do cavaleiro lhe causava um pouco de medo.

- Um beijo? - ela perguntou sem entender. - Por que eu faria isso?

- Não sei. - admitiu o outro. - Se Aísha beijou o Albafica, por que você também não pode me dar um beijo?

- Porque não temos a mesma relação que eles. - a menina explicou escondendo a vontade de rir.

- Então vamos ter! - ele se aproximou um pouco dela. - Vamos casar, minha querida?

Any sorriu segurando a risada e colocou uma mão no peito do cavaleiro afastando-o dela. Manigold apesar de brincalhão, estava falando sério, se precisava ser um homem mais sério para ganhar um beijo, ele seria. Passou os braços calmamente envolta do corpo da menina e a olhou de perto, ela sorriu sem jeito e em seguida riu baixinho.

- Não podemos casar, bobão. - ela riu e ele fez uma expressão triste.

- Ah Any.... - Manigold se aproximou do rosto dela e ela fechou os olhos com um pouco de medo. Por um instante ele se lembrou das condições dela e acariciou seu rosto com cuidado, beijou-a na bochecha e em seguida ao canto da boca. Any abriu os olhos o olhando com certa desconfiança, estava com medo, porém tentada a beija-lo também.

- Vista-se... - ele se afastou. - Estou te esperando lá fora.

O canceriano a soltou com cuidado e foi saindo do quarto. Any suspirou e sentiu seu coração quase saltar pela boca, olhou em volta e reparou que sobre a cama haviam as roupas separadas para ela, apesar de não gostar de calças ela as vestiu rapidamente, queria conversar com Manigold sobre isso e precisava ser logo. Mal sabia ela que pela primeira vez Mani havia sido gentil com uma mulher, e que não pensava nela apenas como uma diversão. Havia percebido que por muito tempo agiu errado com as outras, e mesmo não podendo consertar, iria dar a ela seu melhor lado.

Enquanto pensava ela deslizou as mãos pelos longos cabelos negros e foi amarrando-os em um rabo de cavalo, sentia-se feliz por Mani não ter a forçado a nada e isso dava a ela mais confiança no canceriano. Saiu do quarto vestindo perfeitamente a camisa e a calça que haviam separado para ela, Manigold que comia um pão a olhou surpreso, pra ele ela ficava bonita em qualquer roupa.

- O que vamos fazer hoje? - a morena perguntou agarrando uma maçã da fruteira.

- Vamos descobrir mais sobre vocês. - o câncer disse após engolir o pedaço de pão. - Estou com um bom pressentimento sobre essa nova guerra santa.

- Nova guerra santa? - Aísha entrou pela porta intervindo na fala do amigo.

- O que é uma "guerra santa"? - Any pergunto olhando para o mestre.

- Uma guerra entre deuses. - Albafica se aproximou. - Somos os santos guerreiros de Athena, não somos?

- Somos. - Aísha sorriu. - Mas estar numa guerra quer dizer que...

- Quer dizer que teremos muitas batalhas para ganhar! - Manigold se levantou. - Agora chega de perguntar e vamos treinar porque as duas mocinhas estão atrasadas!

Any estranhou a animação do mestre, mas o que Albafica realmente achou estranho foi a responsabilidade que ele impôs ao falar dessa forma.

Os quatros começaram a descer as escadarias e rapidamente chegaram a uma área aberta onde haviam algumas árvores, ambos precisavam descobrir primeiramente quais elementos as duas garotas teriam facilidade em usar e como usariam seus poderes. Já sabiam que uma representava a destruição e a outra a cura, mas qual seria exatamente a maneira de lutar de cada uma?

- Estão preparadas? - Albafica olhou de forma séria para ambas.

- Sim! - responderam em uníssono.

- Ótimo! - Mani sorriu. - Aísha vem comigo.

- Mas meu mestre não é o Albafica? - a menina fez um rostinho manhoso.

- Sim, mas até que você se acostume ficará comigo. - Manigold sorriu. - Ou vão acabar esquecendo do treino para ficarem se beijando pelas moitas.

Saint Seiya - Filhas do Tempo (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora