Saint Seiya - Filhas do Tempo (REVISANDO)

12

Por mais que quisesse dar uns cascudos em Kardia, Manigold aceitou subir as escadas em paz. Any conversava com Albafica sobre o comportamento de Aísha, que, ele não havia gostado, mas que não devia levar a mal, era uma forma carinhosa da garota fazê-lo sorrir.

Quando o cavaleiro percebeu isso, olhou a ruiva com outros olhos, mas esta estava ao lado de Manigold, divertindo-se em uma conversa risonha, isso deu-lhe um tanto de ciúmes, mas não demonstrou nada disso, afinal, o que ele era dela para sentir ciúmes, não é?

— O que foi que vocês aprontaram desta vez? — Kardia perguntou risonho.

— Nada. — repetiu Any. — Não que eu me lembre.

— Pior que dessa vez realmente não fizemos nada. — Manigold disse sorrindo.

Any não estava nem um pouco preocupada com o que Sage ou Athena tinha a dizer, sabia que no fundo dessa história havia alguma coisa que a prendia ao santuário e nem mesmo um dos dois seria capaz de tirá-la dali.

Observava a felicidade que Aísha ganhou desde que chegou neste lugar, nunca havia visto a ruiva tão feliz e solta antes, estava certa que este era o melhor lugar para viverem. Ainda mais porque haviam outras pessoas que eram como ela, possuíam essa energia estranha e incrível que havia em seu peito. Na porta do imenso salão, Sage e Hakurei conversavam enquanto Athena esperava sentada em seu trono.

Os gêmeos não queriam assustar Sasha, mas sabiam que talvez com a aparição das meninas a próxima guerra iria tomar um rumo muito diferente do que imaginavam.

— Acha que Chronos fez isso em prol de paz? — perguntou Sage.

— Não. — Hakurei olhou o irmão. — Fez isso para se manter conectado a todos os tempos, para que estivesse ciente do que acontece aqui.

— Pode até ser. — o grande mestre levou a mão ao ombro do irmão. — Mas de uma coisa eu tenho certeza, ele não as controla.

— E por que pensa assim? — por mais que soubesse bastante sobre a lenda, Hakurei ainda esperava encontrar mais coisas nas garotas.

— Primeiramente porque as trouxe aqui. — o velhote avistou os cavaleiros chegando. — Segundo, olhe-as você mesmo.

Hakurei lançou os olhos a frente apertando-os para forçar o foco de sua visão. Avistou Aísha ao lado de Manigold, era diferente das mulheres que estava acostumado a ver, média estatura, olhos azuis celestes e não parecia nutrir muito poder. Aísha exalava uma aparência parecida com a de Athena, não passava uma impressão de poder, mas de conforto e paz.

Quando o foco de seus olhos mudaram pôde ver Any ao lado de Albafica. Achou incrível o cavaleiro de peixes se dar tão bem com alguém que não fosse  Manigold, mas não ficou pensando nisso. Notou que elas não eram gêmeas e que Any era mais baixa e parecia mais nova que Aísha pela evolução corpórea, os olhos e cabelos negros deixavam um ar misto de mistério e maldade, com um leve toque de sabedoria. Ambas eram muito diferentes, assim como a lenda dizia. Opostas. Sage sorriu em deboche do irmão quando o viu olhá-lo com um ar de espanto, mentalmente ele se perguntava como elas poderiam ser tão diferentes e tão complementares ao mesmo tempo.

— Mestre Sage. — Kardia se ajoelhou a frente do mestre e os outros repetiram o ato. — Trouxe-os para o senhor.

— Muito bem, Kardia. — Sage agradeceu. — Athena espera lá dentro por você.

Kardia era um dos cavaleiros mais próximos de Athena, tinha uma relação de irmandade com a deusa, na qual cuidou desde que era mais nova. Ele gostava de a visitar sempre, e como Sage sabia disso, pediu para que avisasse câncer e peixes que deviam subir as escadas até o templo.