Saint Seiya - Filhas do Tempo (REVISANDO)

19

Manigold percebeu a presença de Sage ali e afastou-se da menina ficando prontamente em pé na frente do velhote. Suas bochechas coraram violentamente percebendo que seu mestre havia visto aquela cena, mas ao menos ele tinha a visão salva em seu pensamento.

— O que aconteceu aqui? — Sage perguntou de forma ríspida.

— Eu estava recolhendo informações. — justificou Manigold.

— Percebemos. — brincou Kardia. — E que informações!

— Ei... — Any se manifestou. — O que todos vocês fazem aqui?

— O mestre achou melhor vir aqui analisar a situação. — ressaltou Albafica. — Para saber o porquê de Any ter chamado por Alone.

— Foi por isso que a beijei. — Mani sorriu e passou a mão nos cabelos. — Quando a beijei pude ver a mesma cena que ela, ela teve uma visão do futuro.

— Que tipo de visão? — Sísifo perguntou olhando o colega.

— Pandora entregava a Alone aquela estrelinha... Qual é mesmo o nome? — Mani olhou o grande mestre.

— Your Ever. — respondeu o velho. — Tem...

— Certeza? — Manigold questionou. — Absoluta!

— O que vamos fazer? — Sasha perguntou enquanto segurava a mão de Kardia.

Aísha entrou pela porta um pouco assustada por ter muitas pessoas ali e ficou ao lado de Albafica. O mestre da menina olhou-a com certo carinho para tranquilizá-la e esta segurou-o pelo braço trazendo-o para perto. Apesar do pisciano não ter se acostumado com essa proximidade, ele gostava que esta demonstrasse afeto por ele. 

Any analisou a cena e moveu-se ficando de pé, sentia-se melhor do desmaio e queria de uma vez por todas entender o que estava acontecendo. Quem era Alone? E por que havia tido esta visão? Sage pensou em dizer alguma coisa mas Any o olhou de uma forma analista, podia captar as ideias do grande mestre e trazê-las para sua mente através de seu cosmo, seu poder crescia a cada segundo e isso bagunçava a mente da menina.

— Vamos nos preparar para a guerra. — Sage disse sério.

— Não! — Any olhou Manigold como se este fosse a entender.

— Não? — o canceriano questionou e se aproximou da morena. — Por que não?

— Se evitarmos a guerra não precisamos nos preparar para ela. — El Cid completou.

— Se Pandora dar a Alone o Your Ever, o que vamos evitar? — Sage perguntou.

— Sobre o passado é difícil dizer. — Any sentou na cama. — Não conseguimos alterar o que já passou sem tirar o tempo do trilho, é impossível impedir o passado de acontecer.

— Por que é passado? — Kardia questionou.

— Sim, não há como mudar o que já passou. — Albafica completou o pensamento da morena. — Mas o futuro de uma visão é subjetivo, há possibilidades de alteração.

— Estão sugerindo que.... — Sage olhou Any.

— Impeça que ela entregue a ele este colar. — Any disse. — O que realmente significa?

— Hades sempre escolhe uma alma pura para reencarnar, e Pandora tem a missão de deixar a alma dele com esta pessoa, quando entrega o colar condena a pessoa a ser receptáculo de Hades. — explicou Sísifo. — Durante a missão passei muito tempo tentando achar algo que me levasse até ela, mas esta age tão perfeitamente que é quase imperceptível.

— Agora temos um truque. — Manigold sorriu. — Podemos com a ajuda de Any impedir que ela entregue o colar a Alone.

— Pode nos descrever o local? — Sage perguntou olhando a menina com mais esperança.

— Posso desenhar...

Rapidamente o dono da casa se apressou em achar folha e grafite para o desenho da menina. Apesar de nunca ter desenhado bem, o desenho do local estava saindo perfeito, Any olhava para frente como se estivesse hipnotizada por algo, seus dedos se moviam fazendo riscos no papel que logo formou o desenho perfeito de Alone, Pandora e o local. 

Sasha olhou a folha e seu coração palpitou, com toda certeza quando Tenma soubesse disso ele ficaria muito preocupado, assim como ela. El cid e Sísifo mantinham-se neutros apenas observando a folha, estavam interessados em impedir os planos da serva de Hades e impedir o deus de encarnar nesta era. Com o Your Ever guardado no santuário, Hades talvez não voltasse nem sequer nas próximas eras.

— Pronto. — Any estendeu a mão para frente e deu o desenho ao grande mestre.

— Já sabem o que fazer, não é? — Sage perguntou a Sísifo e El cid e ambos confirmaram com a cabeça.

— Mas... — Sasha se pronunciou. — Não temos certeza se isso realmente é real.

— E também não podemos esperar para saber se é. — observou Albafica. — Sei que está preocupada, mas confie em nós.

— Nós somos seus cavaleiros. — Kardia segurou o ombro da mais nova. — Não vamos decepcioná-la. — abraçou-a.

Sísifo e El Cid pegaram o desenho e foram se retirando da quarta casa. Aísha olhou o mestre sem entender direito e este apenas a abraçou como se estivesse dizendo que tudo ia dar certo. Talvez pudessem evitar que a guerra santa viesse a acontecer, mas ainda havia alguns outros problemas interiores que eles deveriam resolver.

— Any. — o grande mestre depositou a mão no ombro da menina. — Agradeço muito pela sua ajuda, você é muito importante, para todos nós.

— Espero sempre ajudar... — Any respondeu com um pouco de desconfiança. — Por que algo me diz que ainda não vai acabar bem?

— Faça que acabe bem, e acabará. — aconselhou o mestre. — Lembre-se, somos quem escolhemos.

No instante Sage olhou para Kardia e sinalizou, este foi se retirando ao lado de Sasha e por último Sage saiu. Mani olhou os três amigos no quarto e suspirou, o clima havia ficado tenso entre ele e Any, mas ele tinha tantas coisas a dizer que sequer sabia por onde começar.

— Acho que também devemos sair. — Aísha sugeriu.

— Isto é sério? — Mani perguntou sentindo-se traído.

— Tchau. — Albafica sorriu e foi puxando Aísha para fora.

Manigold amaldiçoou ambos mentalmente e olhou Any com um pouco de tensão. O que iria dizer?

Albafica foi subindo as casas em silêncio, o clima estava estranho e alguma coisa no cavaleiro dizia que nem tudo seria resolvido com o burlar do tempo, era um jogo arriscado esperar que as visões de Any estivessem sempre certas e que fossem sempre ajudar. Sabia que ainda tinha muita coisa para enfrentar. Ao chegar na casa de peixes ambos entraram em silêncio e se olharam diante da imensa e vazia sala da casa, tudo que tinha ao final era o trono da casa de peixes, onde muitas vezes Albafica ficava sentado sozinho, apenas refletindo. Os olhos azuis de Aísha o chamavam para perto e no fundo ele queria ceder a essa proximidade.

— Mestre... — a menina mal pode pronunciar e Albafica a interrompeu colocando o dedo sobre seus lábios.

— Shi...

Ela sorriu de forma perversa e se aproximou ficando na ponta dos pés e entregando ao cavaleiro um selinho breve. Albafica sorriu com a atitude da menina, achava-a tão fofa que era impossível de ir além daquilo. Mas esta provocava-o com outros beijos pelo pescoço e ele sentia que não duraria muito tempo ali. Fez carinho pelos cabelos cor de cobre da menina e desceu a mão colocando em sua cintura trazendo-a para perto, olhou-a nos olhos como se quisesse transmitir uma mensagem com aquele olhar, e sem deixá-la reagir, beijo-a.