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Os três olharam Any com um olhar de espanto, Albafica não sabia exatamente quem era Alone, mas sabia que já havia ouvido aquele nome em algum lugar.

— Any... — Manigold a tomou para seus braços e acariciou seu rosto. — Como você está?

— Bem. — negou a morena, mas apesar da boa pose ela sentia-se fraca.

— Vamos levá-la para casa. — Aísha agarrou o braço de Albafica. — Por favor...

— Tudo bem. — o cavaleiro de peixes notou que a mais nova tremia um pouco. — Vamos todos para a casa de câncer, quando Any estiver melhor iremos de encontro a Athena e ao grande mestre.

Mani ajeitou a morena em seus braços e pode perceber que ela quase não tinha consciência do que estava acontecendo em volta, apesar de acordada e respirando, sua mente parecia estar bem longe dali. As visões de Any estavam bagunçadas e tudo que ela conseguia ver eram passagens de um talvez futuro próximo, mas ainda com possibilidade de alteração. Albafica segurou a mãozinha de Aísha e percebeu que ela estava muito preocupada com a amiga, a ruiva não estava acostumada a ver Any passar mal ou coisas assim, pelo contrário, achava que Any fosse imortal a essas coisas, que ia protegê-la sempre que precisasse, como uma irmã mais velha.

— Está com medo? — o pisciano perguntou enquanto caminhavam mais atrás de Manigold.

— Um pouco. — admitiu a ruiva apertando a mão do cavaleiro.

— Não precisa temer, Any é uma garota forte, e foi apenas um mau estar. — Albafica mostrou um belo sorriso dando a ela uma pontada de esperança.

— Obrigada, mestre. — Aísha sorriu enquanto olhava nos olhos do cavaleiro, e sem pudor novamente se aproximou depositando aos lábios dele um selinho breve.

Não achava que isso fosse um ato errado, pouco entendia de relacionamentos e não acreditava que fosse isso que estivesse tendo com Albafica. Mas achava que este ato era um ato de profundo carinho, onde podia demonstrar gostar muito de seu mestre a ponto  de beijá-lo. Albafica sentiu seu rosto ficar um pouco quente e desviou o olhar para frente, agora não era uma boa hora para falar sobre essa atitude da pupila, talvez quando chegassem em casa pudessem ter uma conversa mais sincera sobre isso. Quando chegaram a casa de câncer Mani colocou Any deitada sobre a cama e sentou-se ao seu lado, levou a mão a testa da menina e elevou seu cosmo, puxando-a de volta para a realidade.
Ela olhou em volta e segurou a mão do mestre soltando um suspiro logo em seguida.

— O houve? — perguntou sentando-se a cama.

— Você desmaiou. — Manigold explicou. — Fique deitada. — tocou a mão ao ombro dela e a forçou a deitar.

— Mas por quê? — ela perguntou olhando para Aísha e Albafica que acabavam de entrar pela porta.

— Não sabemos. — Albafica explicou. — Sente-se melhor?

— Sim. — disse a morena.

— Vou subir as escadas e comunicar o mestre de uma suspeita. — Albafica girou o corpo e deu de cara com Aísha. — Qualquer coisa peço que ele venha aqui, você não parece estar em condições de subir as escadas agora.

— E vou com você? — Aísha perguntou sorridente.

— Não, fique e faça algo saudável para Any comer. — A ruiva olhou o mestre com certa tristeza e se virou saindo do quarto e indo para a cozinha daquela casa. Albafica sorriu e balançou a cabeça negativamente enquanto saía da casa rumando ao salão do grande mestre. Seu cosmo poderoso estava ativo e com precisão este moveu-se em alta velocidade alcançando rapidamente a entrada do grande salão. Adentrou-o em passos lentos e ajoelhou-se frente Athena e ao grande mestre Sage.

— O que aconteceu desta vez? — impossível que Albafica estivesse ali apenas para uma conversa, deduziu Sage.

— Any.... — o pisciano se levantou olhando diretamente as duas autoridades a frente dele. — Ela desmaiou.

— Estão cuidando dela? — Sasha levantou-se dando um passo a frente.

— Sim. — confirmou o cavaleiro. — Mas o que realmente chamou a minha atenção foi outra coisa.

— O que ? — Sage insistiu, precisava vigiar a menina ao máximo.

— Any chamou por um nome, que por algum motivo acho que já ouvi em algum lugar. — explicou Albafica.

— Que nome? — Sasha perguntou se aproximando do cavaleiro.

— Alone.

A deusa olhou o homem a sua frente com certo espanto e logo virou-se para o grande mestre um pouco trêmula. Sage se levantou e suspirou pelas suspeitas de seu irmão estarem certas, odiava ter que admitir isso, mas desta vez Hakurei estava completamente certo. O mestre andou até Sasha e passou a mão por seus belos cabelos tentando tranquilizá-la, esta respirou fundo e depositou uma grande parcela de sua positividade no homem.

— Mestre... — Sísifo de sagitário entrou pela imensa porta e se prostou de joelhos ao lado do cavaleiro de capricórnio. — Olá Albafica, senhorita Athena.

— Prevejo que vocês terão mais missões. — Sage sorriu e suspirou ao ver Kardia também entrar pelo salão.

— Está havendo reunião e eu não sei? — ajoelhou o cavaleiro de escorpião enquanto olhava todos. — Bom dia.

— Kardia... — Sasha mostrava um olhar de tristeza que obrigou o escorpião se levantar e seguir na direção de sua deusa.

— Vamos a casa de... — Sage olhou Albafica como se questionasse onde Any estava.

— Câncer. — completou o pisciano.

— O que aconteceu lá? — Sísifo ergueu-se olhando o mestre.

— Parece que a situação irá se complicar ainda mais. — El cid disse somente para Sísifo e virou-se dando as costas e obedecendo o mestre.

— Parece que teremos um resultado positivo desta vez. — Sage sorriu positivo.

— Devo ir? — Sasha perguntou ao mestre e este acenou positivamente com a cabeça.

— Estou com você... — Kardia sorriu e a apertou num abraço para confortá-la. Ele sequer sabia do que havia acontecido ali, mas sua amizade com a menina era tão grande e pura que de longe já podia perceber seus sentimentos. Any havia previsto que Pandora entregaria a Alone um colar, apesar de ter parecido apenas um sonho na mente da virginiana, tudo parecia tão real que obrigava-a a acreditar que tudo aquilo estava para acontecer.
Manigold acariciava-lhe os cabelos enquanto Aísha ajudava as servas a fazer algo para a menina comer. Apesar de estar odiando a situação, Any não conseguia se desligar daquela visão, tudo passava várias e várias vezes em sua mente repetindo o processo e a trajetória das pessoas como se quisesse achar um erro em sua cronologia.

— Está a olhar aquele canto há muito tempo. — Mani se aproximou mais. — Quer me contar o que pensa?

— Não faz sentido. — ela disse olhando o mestre. — Nada faz sentido.

— O que não faz sentido? — perguntou-a curioso.

— Vi uma mulher de longos cabelos negros entregar um colar a um garoto loiro... — explicou enquanto olhava nos olhos de seu mestre. — Mas isto não faz o menor sentido para mim, nunca vi essas pessoas antes.

— Oh... — Mani olhou-a e levou a mão na testa. — Você é maravilhosa.

— O que? — questionou a mais nova incrédula. — Com... — ela mal teve a chance de terminar o que ía dizer, Manigold roubou-lhe um selinho demorado que tampou-lhe a boca por alguns instantes. Ele já sabia do que exatamente ela se tratava, sabia que ela podia ter visões do futuro porque já havia ouvido essa história antes, com o beijo ele acabou por invadir as visões da menina e capturar a imagem que ela via para sua própria mente. Any ficou totalmente sem reação e sentiu que sua mente ficou ainda mais embaralhada com aquele beijo. Mas para o azar de ambos, Sage, Sasha, Kardia, Sísifo, El cid e Albafica entraram no quarto vendo aquela cena.

— Cof cof — Sage tossiu.

Saint Seiya - Filhas do Tempo (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora