Marlon estava sentado do sofá, massageando a testa com os nós dos dedos no momento em que Juliet sentou ao seu lado com um copo de bebida nas mãos.
- Aqui. - ela ofereceu o copo para ele. - Para você se acalmar um pouco.
- Obrigado, Juli, mas não precisava.
- Lógico que precisava. Quero vê-lo bem. Sabe disso.
- Eu sei. - ele murmurou, fitando o líquido no copo.
- Não acho que foi culpa sua. Não havia como você saber.
- Havia sim, Juli. O pior é que havia. Mas eu estava tão confiante de que era capaz de protegê-lo de qualquer coisa que nem me preocupei em verificar o lugar. Se algo acontecer a ele... - Marlon engasgou com as palavras. Seus olhos estavam vermelhos e ardiam com o esforço para conter as lágrimas.
- Nada acontecerá ao seu amigo, Marlon. Porque você o salvou trazendo-o até a Folha. - Juliet segurou a mão de Marlon que estava sobre o joelho. - Porque foi corajoso mais uma vez.
Marlon ergueu os olhos a tempo de ver Juliet aproximar os lábios dela dos seus. Ele levantou de um salto do sofá antes que ela conseguisse beijá-lo.
- Quantas vezes terei que repetir, Juliet? Por favor, não quero magoá-la, mas não a vejo deste modo. Por que não respeita a minha vontade?
- Por que não respeita a minha vontade, Marlon? - indignou-se ela. - Por que não nos dá uma chance?
- Não estou com cabeça para discutir isso com você agora. É melhor que saia daqui. - pediu Marlon, mas antes que ele concluísse sua frase, Juliet já sumira de sua frente.
Marlon mordeu a parte interna da bochecha com força. Querendo ou não, ele sabia como Juliet se sentia agora que conhecera Thierry. Pensou, então, que ele talvez merecesse sentir-se rejeitado assim por nunca ter se dado ao trabalho de explicar que as chances de Juliet com ele eram nulas por um motivo muito maior do que eles serem apenas amigos. Mas como explicar para a bruxa com quem ele conviveu durante anos que não se interessava por mulheres?
Marlon bebeu o conteúdo do copo em suas mãos ao mesmo em tempo que seu pai atravessou a porta.
- Marlon, não vai acreditar na pechincha que paguei por um boi deste tamanho. - Raul abriu bem os braços para tentar representar o boi. - Bem, talvez fosse um pouco maior do que isto. - ele riu, mas parou ao ver que Marlon permanecia calado. - O que há com você, filho?
- Eu fiz uma besteira, pai. E outra pessoa está pagando por ela.
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O Mundo Que As Sombras Escondem
FantasyO mundo está longe de ser como você imagina. Não significa que porque você nunca viu algo que ele necessariamente não exista. Sou a prova viva disso. Mas vamos ao que realmente interessa, pois esta história não se trata apenas de um mundo do q...