Tueur?

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Thierry acabara de despedir-se de Marlon e estava voltando para a estalagem quando ouviu um barulho alto e virou-se para procurar pelo motivo. Era um som similar ao de alguém caído bruscamente no chão cheio de folhas secas.


- Marlon? - chamou ele, certo de que não havia qualquer outra pessoa dentro daquele lugar. - É você?


Ele esperou por alguma confirmação, entretanto, o único som que escutou foi o do vento que fazia as copas das árvores balançarem preguiçosamente.


Ele deu alguns passos em direção a floresta e chamou por Marlon mais uma vez. Intrigado pelo silêncio, resolveu penetrar um pouco mais pelo meio das árvores. Não se importava em saber o motivo do barulho. A única coisa que o interessava era saber se Marlon estava bem. Se aquele Thierry do passado que tanto desprezava Marlon pudesse vê-lo agora...


Algo se mexeu em meio às sombras. Marlon? Não. Era alguém pequeno e magro demais para ser ele. Um animal? Provavelmente não. Thierry reconheceu os contornos humanos.


Se Violeta estivesse com ele, diria que só poderia ser um ladrão de estradas esperando a vítima perfeita. Ou talvez fosse um dos loucos assassinos que matavam pessoas indefesas na calada da noite.


Bom, não estava de noite, mas a floresta estava tão sombreada pelas árvores cerradas que era como se estivesse.


Thierry deu meia volta. Seja lá o que aquele homem fosse, não era do interesse dele. Acelerou seus passos. Não que ele estivesse assustado com a ideia de ter um suposto assassino bem atrás dele, mas porque ele achava que morrer pelas mãos de um assassino louco e desconhecido em uma floresta deserta era o modo mais estúpido de morrer. Ele não se sujeitaria a isso. Não mesmo.


Marlon. O nome invadiu sua cabeça sem aviso prévio. E se o homem fosse realmente um louco assassino e encontrasse Marlon sozinho naquele lugar? Afinal, o que motivara Marlon a ter a estúpida ideia de enfurnar-se, sem qualquer companhia, em um local como aquele? Até pegou-se pensando que seria bem feito para Marlon morrer por ser um burro suicida. Arrependeu-se do pensamento logo em seguida. A última coisa que poderia querer era que Marlon morresse. Muito menos pelas mãos de um assassino louco e desconhecido em uma floresta deserta.


Amaldiçoando cada neurônio de seu cérebro ignóbil e, na grande maioria das vezes, insensível, deu meia volta mais uma vez e caminhou em direção à estranha criatura.


O Mundo Que As Sombras EscondemOnde histórias criam vida. Descubra agora