Brincando com fogo

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Ao sair do banho Letícia não estava no quarto, como eu já esperava, coloquei um vestido justo branco, com um blaser vermelho e terminei de me arrumar para a audiência, ainda tinha cerca de uma hora, comecei a ler e reler os processos a fim de ter tudo na ponta da língua.

Estava sendo impossível me concentrar, maldita Letícia que chegou no momento errado, se eu tivesse transado com Ágata eu até entenderia.

Deixei os papéis em uma pasta e saí para tomar café, entrei no restaurante e encontrei Ágata e Rodrigo tomando café juntos, peguei minhas coisas e me sentei em outra mesa, não estava afim de fazer a social.

Estava em uma ligação combinando horário com meu cliente quando vi Letícia se aproximar, ela se sentou e ficou pacientemente me esperando acabar.

— Achei que tivesse ido embora. — Disse.
— Desculpa, droga Suzane, o que faria se visse alguém saindo do meu quarto pela manhã? Ia ignorar e pronto?
— Não, mas eu sei que você me conhece o suficiente pra saber que eu não faria isso com você.
— Sim, me perdoe.
— Letícia, Letícia... desse jeito eu nunca vou conseguir te liberar do castigo, você gritou e me acusou de coisas que não fiz.

Ela sorriu e passou a mão na minha coxa por baixo da mesa.

— Você está linda.
— Não saia do hotel, tenho três audiências agora pela manhã, talvez demore, se estiver com fome pode ir almoçando caso eu não chegue a tempo.
— Tudo bem.
— Sabe que vou castiga-lá não sabe? Está disposta?
— Sim, estou.

Respirei aliviada em ver que ela não foi embora, mas ainda estava muito zangada.

— Beije meus pés.

Ela me olhou confusa, era a primeira vez que eu pedia algo assim em público, ela deu um longo gole em seu suco de laranja e tirou a pulseira do braço derrubando-a no chão.

Ela se ajoelhou e senti sua respiração quente ao aproximar os lábios dos meus pés, era extremamente excitante vê-la ajoelhada.

Ela se levantou segurando a pulseira e me olhou, eu puxei seu braço e coloquei de volta a pulseira deixando um beijo carinhoso em seu dorso da mão, ela me olhou e sorriu.

— Oi Letícia, como está linda, mal te reconheci. — Disse Rodrigo se aproximando da mesa ao lado da Ágata.
— Oi Rodrigo, bom te ver.
— Diga a sua esposa que deixe de ser antissocial, e esteja pronta para almoçarmos juntos. — Disse Rodrigo me olhando.
— Tenho três audiências Rodrigo, não garanto.
— A gente te espera, vamos. — Disse Rodrigo puxando Ágata.

Terminei meu café e entreguei as chaves do quarto para Letícia, me despedi e saí.

— Espero não ter te colocado em problemas... — Disse Ágata se aproximando.
— Está tudo bem. — Respondi.
— Que bom.

Ágata foi chamada juntamente com Rodrigo para darem início ao processo, e eu saí para começar o longo dia de audiências.

Quando terminei estava exausta, apesar de tudo ter sido bem favorável, parei em um corredor pouco movimentado e liguei para Letícia para avisa-la que me esperasse já que estava indo.

Desliguei o celular colocando-o no bolso do blaser, Ágata estava sentada e correu pra me abraçar quando me viu, ela colou a boca no meu pescoço beijando-o.

— Estava te esperando, deu tudo certo, estou divorciada. — Disse ela se afastando.
— Que maravilha Ágata, Rodrigo é um excelente profissional, eu sabia que ele ia conseguir resolver.
— Você está sexy com esse vestido, mas adoraria te ver sem ele. — Sussurrou ela no meu ouvido.

Sorri e me afastei, ela me puxou segurando meu rosto com as mãos enquanto me beijava.

— Ágata, não... eu já falei sobre isso.
— Eu sou sua Suzane, estou livre pra você, não quero ninguém, só você, é em você que penso todas as noites, é por você que eu me toco querendo suas mãos em mim, é você que me deixa excitada, você não faz ideia de como te quero, fica comigo...
— Vocês estão aí, vamos meninas?

Trocamos olhares e saí ao lado do Rodrigo comentando sobre as audiências, Ágata não voltou a me olhar.

Quando cheguei no hotel fui rapidamente para o quarto, tomei um banho e me vesti, Letícia estava me esperando.

— Vamos.
— Está tudo bem? -Perguntou ela chamando minha atenção, eu com certeza estava estranha depois do que Ágata fez.
— Sim, estou cansada.

Ela me abraçou e me beijou, eu empurrei-a para a cama fazendo seu vestido levantar, puxei sua calcinha preta e me ajoelhei passando a língua em toda sua umidade, coxas e virilha, ela gemia ofegante, passei a língua no bico rosado dos seus seios enquanto me deliciava com meus dedos dentro dela, cada vez mais fundo e rápido.

— Por favor, pare, eu não vou aguentar.
— Quer gozar?
— Oh sim, mas não mereço.
— Goze para mim.

Ela começou a gozar e a fiz parar e se levantar, ela me olhou um pouco nervosa, sua boca estava seca e ela estava com a respiração alterada.

Ela me abraçou ainda tendo leve espasmos de um orgasmo interrompido e me olhou.

— Coloque apenas o vestido, vamos. — Disse apertando sua cintura.

Ela estava com as bochechas rosadas, e a respiração ainda ofegante, vê-la tão excitada me fazia querer fode-la ali mesmo no elevador.

Letícia colocou os óculos escuros assim como eu, Ágata e Rodrigo nos esperavam próximo a recepção.

— Vamos. — Disse.

Entramos no táxi, Rodrigo se sentou ao lado do motorista e eu no meio entre Letícia e Ágata, Ágata jogou o quadril ficando bem colada em mim, Letícia ao perceber pegou na minha mão e ficava me dando beijos no pescoço, eu queria correr dali.

Chegamos no restaurante e nos sentamos, Ágata ficou a minha frente e Letícia ao meu lado direito.

Pedi uma massa acompanhada de um vinho, senti Ágata alisar minha perna com seus finos dedos do pé, me remexi desconfortável na cadeira e ela soltou um sorriso olhando para mim, Letícia notou e encarou-a que rapidamente fingiu não perceber.

— Se casam quando? — Perguntou Rodrigo.
— Não temos nada planejado ainda, mas não se preocupe, eu aviso a você. — Respondi tomando um pouco da bebida.
— Não perco por nada. — Respondeu ele.
— Estamos morando juntas. — Respondeu Letícia, senti os olhos da Ágata pesarem sobre mim, ela me olhou por um longo tempo.
— Então já estão praticamente casadas. — Respondeu Rodrigo.

Ágata se levantou deixando a mesa, eu tentei manter a calma, Rodrigo percebeu o que havia acabado de acontecer e mudou de assunto.

Um tempo depois Ágata apareceu, se sentou e pediu a sobremesa, quando terminamos de almoçar saímos, dessa vez Rodrigo se sentou ao meu lado e Ágata na frente.

Voltamos para o hotel e Letícia resolveu sair para fazer compras, eu fiquei no quarto olhando uns papéis, a porta foi aberta e vi Ágata entrar, olhei-a e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela me puxou para um beijo, ela puxou minha mão para que eu tocasse nela, ela estava lisinha, me afastei dela e a olhei.

— Você só pode estar louca, Ágata, quero que saia antes que Letícia resolva voltar.
— Vá ao meu quarto essa madrugada, estarei nua te esperando.
— Ágata, não conte com isso.
— Te espero.

Ela saiu fechando a porta, eu estava brincando com fogo, Ágata estava brincando com fogo, isso ia acabar mal, muito mal.

O mistério de Ágata Onde histórias criam vida. Descubra agora