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Lauren deixou a chave do carro comigo, estacionei na garagem os dois e entrei, tomei um banho frio e me acalmei. Pela manhã ela me ligou para avisar que precisaria viajar e que voltaria para buscar o carro no próximo sábado.

A semana seguiu calma, não procurei a Letícia e não respondi quando ela tentou falar comigo, eu deixei claro que iríamos nos ver na sexta-feira as 20h, e somente na data combinada iríamos nos falar.

Era sexta feira e iria me encontrar com Letícia, às 18h resolvi ligar para ela que não demorou muito para atender.

— Oi.
— Esteja pronta às 20h.

Terminei o restante de um vinho que estava na taça e fui para o banho, coloquei uma calça de couro preta e uma blusa da mesma cor e um blaser branco, arrumei os cabelos e maquiagem, coloquei meu scarpin vermelho e saí, no horário combinado Letícia me esperava na portaria do condomínio.

— Boa noite. — Disse.
— Boa noite Suzane. — Ela respondeu.

Dirigi em silêncio até o restaurante preferido dela, nos sentamos e a olhei nos olhos.

— Como está? E o pé?
— Bem, não fraturei nada, só tive uma torção mas não dói mais, fiquei em repouso todos os dias, só tenho umas dores no corpo pela queda, mas nada demais.
— Muito bem.

Fiz o pedido e a olhei.

— Sabe por que estamos aqui, certo?
— Sim.
— E então? Estou esperando.
— É muito difícil para mim Suzane, eu não sei se posso voltar a confiar que você não vai me trair na primeira oportunidade novamente.

Eu a olhei por tempo suficiente sem conseguir dizer nada.

— Entendi.

Tomei um gole do vinho e me encostei confortável na cadeira, jantei em silêncio, a tensão era tão grande que era possível senti-la a metros de distância, quando terminamos paguei a conta e voltei a olhá-la.

— Vamos.

Ela se levantou e me acompanhou, quando parei em frente ao apartamento dela ela me olhou.

— Não precisa ser assim, Suzane.
— Não entendi Letícia, pensei que tivesse feito suas escolhas.
— Eu amo você, Suzane, entenda.
— Entendi perfeitamente, e se não se importa, peço que desça, está tarde.

Ela abriu a porta do carro e bateu, no caminho de volta eu não consegui segurar algumas lágrimas que insistiam em cair, eu era tão forte, mas ao mesmo tempo tão frágil, apesar de não ser otimista, eu tinha a expectativa frustrada de tê-la novamente para mim, eu a amava, e nunca consegui esquecê-la.

*

Era sábado e provavelmente Lauren viria buscar o carro, eu estava disposta a esquecer tudo e continuar o que comecei com ela e resolvi ligar.

— Lauren?
— Oi Suzane, bom dia, eu já ia ligar para você, está em casa?
— Sim, mas estou de saída, tem algum problema você vir buscar o carro mais tarde e ficar pra jantar?
— Tudo bem. Sem problema.
— As 19h, pode ser?
— Pode sim, até mais.

Saí para comprar algumas coisas e  passei no supermercado para comprar os ingredientes do jantar que eu iria preparar. Guardei tudo e fiquei no quarto ouvindo música enquanto trabalhava, às 18h fui para a cozinha preparar o jantar, estava sem muitas ideias e resolvi fazer uma massa a carbonara, quando finalizei fui para o banho, faltava cerca de 20 minutos para que ela chegasse.

Coloquei um vestido longo simples e usei meu perfume preferido, Jour d'Hermès Absolu Hermes Eau, fiz uma maquiagem extremamente leve e passei hidratante no corpo, meus olhos percorreram o relógio no criado mudo que apontavam 4 minutos de atraso, eu ficava possessa com atrasos.

O mistério de Ágata Onde histórias criam vida. Descubra agora