O mistério de Ágata

Letícia.

Letícia:

Não era fácil esquecer tudo o que Suzane aprontou debaixo do meu nariz e perdoa-la, ela me deu exatamente uma semana para pensar mas eu não conseguia mais confiar totalmente que ela não iria voltar a me trair com Ágata, ou com qualquer outra, era complicado, eu me sentia encurralada entre o sentimento por ela e a desconfiança que agora existia.

Eu estava entediada em casa e com fome, no armário apenas macarrão instantâneo e biscoitos. Tomei um banho demorado e coloquei meu vestido que mais gosto, um pretinho básico que marca muito bem minhas curvas, me maquiei e usei meu melhor perfume e hidratante, eu precisava respirar, me sentir bem comigo mesma.

Cheguei no restaurante japonês que adoro e me sentei, não pude deixar de olhar para meu lado esquerdo e presenciar Suzane ao lado daquela "amiga" Julie, vi Julie beija-lá carinhosamente na testa e me senti um lixo, minha autoestima despencou, mas eu não ia deixar assim, Erick esteve o tempo todo tentando me agradar e me reconquistar, eu iria ligar para ele, por vingança ou por ego, mas também porque ele é extremamente lindo e agradável, um verdadeiro cavalheiro.

— Erick? Está podendo falar?
— Que prazer ouvi-la, sempre estou disponível para atende-la.
— Quero te ver, estou no restaurante Nagayama.
— Chego em 15 minutos.

Suzane se aproximou e desliguei o telefone, eu estava possessa, nada do que ela dissesse eu queria ouvir, mas se ela acha que eu vou ficar apenas assistindo ela sair com varias mulheres está muito enganada, fiz com que ela se retirasse e fiquei aguardando Erick chegar.

Não demorou muito e ele estava impecável como sempre, cavalheiro,  deu um beijo suave em minha mão e sorriu para mim.

— Já jantou? Queria companhia.
— Já jantei, mas te acompanho em um suco.

Não conseguia olhar em direção à Suzane, mas podia imaginar que ela estava possessa de ciúmes.

— Vamos? — Disse assim que terminei.

Peguei no braço do Erick e saí, senti o olhar quente da Suzane em minhas costas mas não me deixei intimidar, Erick abriu a porta para mim e entrei, ele logo se sentou ao meu lado ainda sério, seus olhos azuis eram agora acinzentados.

— Quer de ir para casa ou podemos ir para outro lugar? — Perguntou ele cheio de malícia, eu estava tão irritada com tudo que não exitei em responder.
— Para onde quiser. — Ele sorriu e tocou meu joelho com sua mão pesada e senti meu corpo responder-se imediato.

Não era muito difícil descobrir para onde estávamos indo, eu fiz esse caminho tantas vezes enquanto fui sua submissa, que já tinha decorado, ele cantava baixinho uma musica qualquer que tocava no carro, quando entramos, ele abriu a porta para mim e me puxou pela mão.

— Com todo respeito, você está linda.
— Obrigada Erick.

Entramos e ele havia mudado algumas coisas, a decoração agora era um pouco mais leve e minimalista, continuei observando cada canto daquela sala onde fizemos tantas coisas juntos.

— Quer beber alguma coisa?
— Vinho.

Ele trouxe uma taça para mim e veio tomando seu habitual Whisky, se sentou ao meu lado no grande sofá creme e pegou minha mão beijando-a.

— É um prazer tê-la novamente aqui.

Ele pegou um controle remoto e colocou uma música suave, terminei todo o meu vinho e peguei mais uma taça, ele me observava enquanto falávamos sobre qualquer coisa.

Na terceira taça eu estava alegre e excitada, esse era o efeito do vinho em mim, Erick era sexy e o sexo com ele era divino, por que não? Não foi o que Suzane fez esses últimos dias? Ela não transou com Ágata e Julie?