A mentira não dura para sempre

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Eu estava em silêncio organizando os pensamentos.

— Suzane? Está ai? — Perguntou Guilherme.
— Sim, pode falar.
— Você está em casa? Vou aí pra conversarmos.
— Não pode adiantar por aqui?
— Não.

Coloquei o carro na garagem e dei um murro no volante, eu estava uma pilha de nervos, meu coração pesava, meu corpo pesava, eu estava aflita.

Enchi um copo com gelo e Whisky, olhei as horas, se passaram dez minutos desde a ligação, a campainha tocou e me levantei correndo para atender.

— Oi, fale logo. — Disse ao abrir o portão.
— Meninaaaaa... se acalme.

Entramos e eu terminei o whisky que estava no meu copo.

— Quer?
— Aceito uma água.

Fui na cozinha e enchi um copo com água gelada para ele, eu estava impaciente e querendo ouvir tudo o que ele tem a dizer.

— Pronto, fale de uma vez.
— Suzane, eu vim pessoalmente porque preciso dizer que não tenho certeza, mas tenho algumas suspeitas, e antes que pergunte o que é, eu não vou dizer, sei o quanto é ansiosa, vamos descobrir juntos essa noite.
— Han? Como assim?
— Explico, você se lembra que eu disse que Ágata experimentava um vestido de festa, certo? Então, eu descobri que festa é essa, e não só descobri mas... não me pergunte como, eu consegui convites para nós dois.
— Você só pode estar de brincadeira, vamos entrar de penetra nessa festa?
— Eu já não disse que temos convite?
— E como sabe que Ágata vai a essa festa?
— Confie em mim.
— Tudo bem.
— Eu vou para casa dormir, estou todos esses dias acordado acompanhado a rotinha da Ágata. Esteja pronta as 23h, vou mandar sua roupa.
— Não quero que me compre roupas.
— Sou detetive, eu tenho minha própria loja de roupas, não se esqueça.
— Tudo bem.
— Descanse, você precisa estar com a pele incrível.
— Vou tentar.
— Ah, antes que eu esqueça, se eu te beijar corresponda.
— Como é?
— Quer ou não descobrir de uma vez por todas?
— Tudo bem.

Guilherme saiu e eu fui para o quarto, eu sentia uma agonia imensa, um desespero, como eu iria para a festa sem que Ágata me veja? Impossível.

Tomei um calmante natural e relaxei até dormir, acordei de um sono pesado com a campainha tocando, andando a passos lentos fui atender, era um homem que carregava uma caixa prateada nas mãos e uma outra caixa maior.

— O senhor Guilherme pediu para entregar, assine por favor.
— Obrigada.

Levei as caixas e as coloquei sobre a cama, destampei e olhei para dentro encantada, na caixa maior havia um vestido prateado embrulhado em papel de seda branco, e embaixo outra caixa com um par de sandálias da mesma cor, na caixa menor, um colar caríssimo e brincos, uma bolsa de mão e uma máscara.

Entrei na jacuzzi e deixei que a água acalmasse minha pele, um tempo depois saí passando meu óleo corporal, minha pele estava devidamente macia e cheirosa, e minha depilação em perfeito estado.

Fiz um delineado preto e esfumei a sombra marcando meus olhos, usei contornos para afinar rosto e nariz, coloquei o uma calcinha de renda branca e o vestido.

Ele era longo, costas um pouco marcadas e decote profundo, escovei meus cabelos deixando os completamente lisos caindo sobre minhas costas como um véu, usei um perfume importado que ganhei da Manu de aniversário, coloquei o celular na bolsa e fui para a sala, antes que eu pegasse o celular para ligar, Guilherme buzinou, tranquei todas as portas e saí.

— Trouxe a máscara? — Perguntou ele.
— Sim. É um baile de máscaras?
— Sim. Suzane? — Disse ele tocando na minha coxa descoberta.
— Oi.
— Mantenha o controle, ok?

O mistério de Ágata Onde histórias criam vida. Descubra agora