Sentimentos

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Estava no trabalho desde muito cedo, a caixa de e-mail vazia me fazia sentir sua falta, o restante do domingo se passou e não tive mais nenhum contato com ela, ela não apareceu, e eu já estava com saudades.

O dia foi extremamente corrido, tanto que não almocei, apenas enganei a fome com um copo gigante de vitamina de banana com maçã.

Era 19h, eu já tinha tomado banho e estava sentada no sofá coberta com uma manta fina, já fazia mais de 24h que Ágata não dava notícias, decidi então enviar um e-mail.

DE: Suzane
PARA: Ágata
ASSUNTO: Saudades

Boa noite, tudo bem com você? Estou com saudades. Beijo.

Enviei enquanto esperava meu jantar chegar, meu celular vibrou e dei um pulo, mas não era Ágata, era Julie.

— Oi, Ju.
— Suzan, posso ir aí?
— Venha, estou mesmo precisando conversar.

Julie era minha vizinha, e não demorou muito para que ela chegasse.

— Entre, já jantou? Pedi uma pizza pelo iFood.
— Já jantei, mas te faço companhia, e as novidades?
— Julie, fiquei com uma garota linda.
— Onde?
— No Pub, confesso que nem lembrei de te chamar pra ir comigo.
— Mas ela frequenta lá? Quem é? Conheço?
— Não... não, aí que está o "X"da questão, Ágata não frequenta, nem sei ao certo como ela estava lá, ela trabalha a noite.
— O que ela faz?
— Ela é enfermeira.
— Hum... me fale, como ela é.
— Ela tem uma estatura mediana, pele clara porém bronzeada, cabelos castanhos claros médios quase um loiro natural, olhos castanhos médios puxado para castanho escuro, ela é de certa forma magra, barriga definida, seios fartos, curvas bem desenhadas, aí ela é linda.
— Mas e aí? Passaram o fim de semana juntas?
— Não, ela trabalha.
— E marcaram para a folga dela?
— Então... Ela não tem folga... Segundo o que ela me disse, ela trabalha em varios lugares.
— Nossa. Que estranho.

A pizza chegou e me levantei pra ir buscar.

Nos sentamos pra comer e encerramos o assunto sobre Ágata, quando terminamos Julie tirou os óculos e a blusa de frio que estava usando e se jogou em meu colo.

— Vamos para o quarto. — Sussurrou em meu ouvido.

Sorri e a puxei pela mão, ela trancou a porta e se deitou, acariciava meus cabelos enquanto me dava leves beijos.

*

Acordei pela manhã e tomei um banho, Julie ainda dormia, transamos como de costume e ela dormiu aqui, abri o e-mail e não tinha nem sinal dela, nem ligação, nada. Procurei no lixo eletrônico, spam mas nem sinal, Ágata não me respondeu.

Enchi minha xícara de café e me sentei enquanto assistia o jornal pela manhã, hábitos que adquiri do meu pai, meu celular tocou, era o meu estagiário que sempre me liga pra perguntar as mesmas coisas.

— Bom dia, doutora. — Disse ele.
— Bom dia, Pedro.
— Suzane, vai demorar a vir? Tem uma pessoa aqui, ela veio falar com você, ela não tem horário agendado.
— Pessoa? Qual o nome? — Perguntei colocando a xícara de lado enquanto ouvia ele perguntando para ela.
— Ágata.
— Estou saindo, peça pra ela me esperar, segure ela aí, até mais.

Me levantei apressadamente e corri para o armário, peguei uma calça social grafite, uma camisa social clara, meu blaser e me maquiei em menos de dois minutos.

— Está tudo bem? — Perguntou Julie ao me ver fazendo tudo correndo.
— Sim, a gente se fala. — Disse saindo do quarto.

Entrei na garagem e me dei conta que tinha esquecido a chave do carro e meu celular, entrei quase caindo e peguei as coisas saindo porta a fora.

O mistério de Ágata Onde histórias criam vida. Descubra agora