Carência?

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Ágata tentou forçar contato comigo por alguns dias, mas consegui evitá-la, Letícia ainda não tinha me dado a oportunidade de vê-la novamente, e ao que tudo indica, ela teria voltado com Erick.

Me levantei da cama e fiz um café forte, coloquei uma calça jeans com um scarpin preto e uma blusa da mesma cor, dirigi pacientemente até o hospital em mais uma tentativa de vê-la.

Subi até o quarto e ela estava sozinha, abri a porta e encostei, ela me olhou um tempo e eu me aproximei.

— Letícia, sei que está magoada com as coisas que fiz, inclusive você está aqui por minha culpa, mas por favor, pare de me evitar, eu quero te ver, eu preciso saber como você está.
— Estou melhor, tenho alta ainda hoje.
— Ótimo! Fico feliz... Letícia, como você descobriu a respeito do crime que Ágata cometeu? — Ela ficou branca feito um papel e me encarou.
— Erick... um amante dela era um velho conhecido do Erick.
— Obrigada por tentar me alertar.

Ela se acomodou na maca e me olhou.

— Você voltou com Erick? — Ela me olhou surpresa, ela não tinha noção de que eu sabia da antiga relação deles.
— Como sabe...
— Tenho acesso a informações quando preciso.
— Poderia ter pesquisado melhor sobre Ágata.
— Letícia, por favor, não preciso te dizer novamente que quando conheci Ágata eu não imaginava a possibilidade de você voltar, além do mais, como eu ia adivinhar tantas coisas que ela escondia? Não mude de assunto e me responda, está com Erick?
— Importa? Sua possessividade é ridícula.
— Letícia, eu amo você, e me importo sim se você está ou não com Erick, porque se escolher estar com ele... se for isso que você quer eu vou te deixar em paz, eu não vou insistir e vou entender.
— Não quero me comprometer com ninguém no momento Suzane.
— Tudo bem, vou te dar o prazo de 1 semana para se decidir sobre nós, sexta feira da próxima semana, as 20h vou te buscar para jantar, quero uma posição definitiva da sua parte.

Antes de qualquer resposta eu me afastei e saí do quarto, algumas vezes a gente precisa se posicionar e tomar às rédeas da situação.

Era fim do dia e estava bem cansada, tive muito trabalho o dia todo, estava na jacuzzi por algum tempo relaxando, ouvindo um bom jazz e tomando um vinho tinto, ouvi meu celular tocando e me estiquei para atender.

— Oi.
— Suzane?
— Sim, quem é?
— Oi, boa noite, sou eu, Lauren, será que a gente podia se ver? Queria falar com você mas de preferência pessoalmente.
— Claro, posso sim, quer marcar onde?
— Conhece algum lugar reservado? É que o assunto é um pouco delicado para conversar em qualquer lugar, e não posso te chamar para vir até aqui, porque minha família não pode ouvir.
— Podemos marcar aqui em casa.
— Se não for incomodar, pode ser.
— Sem problemas Lauren, vou te enviar minha localização, te espero.
— Chego em uns 30 minutos.
— Combinado.

Saí da jacuzzi e me sequei, coloquei uma lingerie e um vestido simples, pedi uma pizza grande e fiquei aguardando-a que logo chegou.

Abri o portão e ela entrou, Lauren usava um short jeans claro com tênis branco e uma camiseta curta com estampa, seus olhos mel estavam marcados com uma maquiagem leve.

— Entre, fique à vontade. — Disse abrindo a porta.
— Obrigada.

A campainha tocou e fui buscar a pizza, Lauren estava sentada no sofá me esperando.

— Como não sei se já jantou, pedi uma pizza.

Servi o vinho e a pizza enquanto a gente conversava.

— Eu denunciei Ágata para a um amigo policial, disse que era inicialmente uma suspeita, já fizeram uma inspeção em toda a casa, colheram digitais, itens pessoais dele e etc.
— Já chamaram Ágata pra depor?
— Então, acho que ela está desconfiada, Ágata viajou hoje.
— Com as filhas?
— Não, as meninas ficaram com minha mãe, eu estou aqui para pedir que caso você fale com ela, descubra onde ela está.
— Tudo bem, não se preocupe.

Continuamos a beber enquanto ela falava um pouco mais sobre o irmão e Ágata, e a rotina deles.

— E você? Como está Lauren?
— Me recuperando, a saudade é imensa, mas tento pensar que ele apenas viajou e que logo vai voltar, é mais fácil para mim.
— Entendo.
— Você se apaixonou pela Ágata?
— Eu me envolvi na época, estava carente, minha ex noiva havia desaparecido por cinco anos, depois dela não consegui me relacionar com ninguém, quando vi Ágata ela me despertou muito sexualmente falando, e eu ainda me sinto atraída por ela, não tenho como negar, Ágata é sexy e atraente, e se não fosse todas as mentiras, talvez eu nem teria me afastado dela.

Ela tomou mais uma taça de vinho e me olhou.

— Esse vinho é delicioso.
— Eu ganhei uma caixa desse vinho de um cliente, é um vinho português.

Fui até a cozinha e busquei mais uma garrafa.

— Você coleciona rolhas? — Perguntou ela apontando para um quadro exposto na parede da sala.
— Sim.

Ela se levantou segurando a rolha da garrafa vazia e ficou quase na ponta dos pés para colocar a rolha no quadro, ela estava com as mãos para cima e eu só conseguia imaginar como Lauren ficaria linda amarrada.

— Suzane, pode me ajudar? Acho que vai cair se eu soltar.

Me levantei e me aproximei, não tive como não olhar sua barriga nua e bronzeada, suas curvas extremamente definidas, ela percebeu meu olhar em seu corpo, tirei o quadro das mãos dela e arrumei.

— Obrigada, acho que já vou indo ou vai ficar tarde.

Eu olhei novamente para sua barriga e para seus pulsos e senti meu corpo esquentar.

— Você bebeu, está bem para dirigir?
— Acho que vou chamar um táxi por precaução.
—Eu te levo.
— Não quero incomodar.
— Não se preocupe, vamos.

Fui até o quarto e peguei minha bolsa, entramos na garagem tentei ligar a luz, mas tinha queimado a lâmpada.

Abri a porta para ela e entrei, a garagem estava totalmente escura, e eu só conseguia imaginar essa garota amarrada me servindo, liguei o carro e olhei de lado para ela, ela mordia o canto dos lábios de forma sensual.

Olhei diretamente para ela que voltou o olhar imediatamente, me aproximei dela encarando-a.

— Se não se importa, não morda os lábios, estou tentando manter o controle. — Seus olhos brilharam de desejo e excitação.
— Não controle-se então. — Respondeu ela.

Eu tirei o cinto e fui de encontro a ela beijando-a, minha língua invadia sua boca querendo a cada vez mais, ela colocou a mão subindo meu vestido, eu mordi o lóbulo da sua orelha, voltei a beija-lá com excitação, me afastei quando percebi que não iria conseguir me controlar, voltei ao meu lugar e abri o portão da garagem, Lauren ainda respirava ofegante, e eu tentava me recompor.

Dirigi em silêncio até a casa dela, quando parei em frente ela me puxou para mais um beijo antes de descer do carro, esperei que ela entrasse e voltei para casa, eu não podia me deixar levar novamente por uma carência.

O mistério de Ágata Onde histórias criam vida. Descubra agora