Reconciliação

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Enchi a jacuzzi e coloquei meus sais de banho, em vários lugares eu tinha manchas roxas resultantes da corda, fechei os olhos e fiquei ali sentindo o aroma suave dos sais de flor de laranjeira e ouvindo o barulho das águas sendo movimentadas pela hidromassagem e um jazz de fundo.

Meu celular começou a tocar e me estiquei pra alcançar, era Lauren.

— Oi, bom dia Lauren.
— Bom dia, Suzane, está podendo falar? -Sua voz parecia preocupada.
— Claro, pode dizer.
— Ágata está no hospital, ela sofreu um acidente e não quer receber ninguém, mas chama por você. Ela está no hospital regional.
— E o bebê?
— Não resistiu, ela está no quarto 204.
— Estou indo.

Me levantei e me sequei, coloquei a primeira roupa que vi e saí, estava nervosa, tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, era pra pirar.

Cheguei no hospital e fui diretamente para o quarto, Ágata estava com o braço enfaixado, com o rosto machucado e em alguns lugares um pouco roxo, ela me viu e sorriu em meio às lágrimas.

— Ágata... meu Deus, o que aconteceu?
— Não me lembro, foi muito rápido, fique comigo Suzane, eu preciso de você.
— Estou aqui, se acalme. — Disse me aproximando.
— Meu bebê... ele não resistiu. Meu Deus Suzane, eu não vou aguentar. — Ela soluçava descontrolada e eu estava em choque.

Abracei-a e segurei sua mão, enquanto acariciava seus cabelos tentando fazê-la se acalmar, ela estava medicada e um pouco sonolenta, percebi alguém observar pelo vidro, os olhos da Lauren percorreram os meus, Ágata olhou para ela irritada.

— O que essa garota faz aqui?
— Vou falar com ela.
— Não Suzane, você não tem nada o que falar com ela, fique comigo.
— Eu volto já Ágata, não vou embora, descanse. — Disse beijando-a na testa.

Saí e encontrei Lauren me olhando de uma forma estranha.

— Oi Lauren. -Disse olhando-a.
— Oi Suzane, desde quando você sabe que ela está aqui? — Seu tom era acusatório.
— Não, eu não sabia Lauren.
— O acidente foi perto da sua casa, estranho, não? Estava abraçada a ela, ou vi errado? Não estava com ela? Não estão juntas?
— Lauren, não sei o que está insinuando, mas nem em casa eu estive essa noite.

Ela revirou os olhos fazendo crescer uma fúria em mim, olhei-a nos olhos e me descontrolei, peguei-a pelos braços e a puxei para fora do hospital, encostei-a na parede ainda segurando-a e respirei fundo.

— Está insinuando que estou acobertando-a? Que estava escondendo ela em minha casa? Ou o que?
— É você quem está dizendo.
— Não precisa dizer para que eu entenda o que está pensando de mim, eu sou uma mulher Lauren, tenho 30 anos, não tenho paciência para joguinhos, esqueça o ódio que tem da Ágata por um momento, ela perdeu um filho, não consegue se sensibilizar? Eu estava e estarei ao lado dela enquanto ela precisar, não vou deixar que ela caia num abismo por todos virarem as costas para ela.

Lauren tremia, eu estava exaltada, seus olhos brilhavam de ira e ela saiu em direção ao estacionamento, dei um murro na parede.

Andei rápido para alcançá-la, ela abriu a porta do carro e antes que entrasse eu a puxei pela cintura, colei meus lábios nos dela enquanto a pressionava contra o carro e segurava seus cabelos, minha língua invadia sua boca em fúria, eu adoraria castiga-la, colocá-la de quatro e acerta-la varias vezes com a palmatória, Lauren tão delicada despertava as piores e melhores sensações em mim.

Ela me empurrou e me encarou.

— Isso tudo foi uma crise de ciúmes? — Perguntei ainda ofegante.
— E se tiver sido? E se eu estiver possessa porque não me ligou mais? E se eu estiver chateada porque não me procurou depois que transamos e agora estava agarrada a Ágata...
— Lauren... eu não sou o tipo de mulher pela qual você deva se apaixonar.
— Vai para o inferno.

O mistério de Ágata Onde histórias criam vida. Descubra agora