c a p í t u l o 13🌻

12.9K 898 38
                                    

Vinícius

Desmonto do cavalo, entrando no Casarão.

Já escureceu e sigo para o meu quarto. Tomo uma ducha e troco de roupa, vestindo uma calça jeans preta, tênis e uma camiseta xadrez.

Caminho até à sala de jantar, encontrando o resto do pessoal. Eles estão conversando, enquanto a refeição não é servida.

— Oi, maninho. — Amanda sorri para mim e eu retribuo o sorriso, embora ainda esteja um pouco tenso depois do meu encontro com Aninha no galpão. Não consigo tirá-la da cabeça e isso me deixa louco de raiva. Não era pra ser assim. Nunca senti nada parecido por nenhuma garota, ainda mais tanto prazer na hora do sexo.

Afasto esses pensamentos e inicio uma conversa com o Gustavo. Percebo o olhar desconfiado de Victória sobre mim do outro lado da mesa. Viro o rosto, vendo-a cochichar algo com sua amiga Raquel antes de me encarar novamente.

— Onde você estava, Vini? Ficou sumido durante horas — ela fala em alto e bom som.

Todos prestam atenção na nossa conversa.

— Não é da sua conta! — disparo e Gustavo disfarça a risada com uma tosse.

Victória o fuzila com o olhar antes de voltar os olhos para mim.

Só me faltava essa!

— Desculpa — murmura com a voz fria. — Não quis te irritar.

— Mas irritou — replico.

— Quando o jantar será servido, Maria? — minha mãe nos interrompe, falando com uma das empregadas.

— Agora mesmo, senhora. Apressarei os outros empregados, com licença. — ela se retira.

Logo depois o jantar é servido e parece que todos esquecem as farpas trocadas entre mim e Victória.

— Conversei com o pessoal e estávamos pensando em dar uma festa aqui depois de amanhã. — Luan chama a atenção de todos. — Tudo bem para o senhor? — encara o meu pai.

Ele havia mesmo falado sobre a tal festa hoje de manhã, mas eu estava distraído demais pensando na Aninha pra dar importância a isso.

— Tudo bem. — meu pai assente. Luan sorri animado junto com o pessoal. Permaneço na minha. — Eu estava mesmo pensando em jantar fora nesse dia com Laura e ficarmos em uma pousada por lá.

— Valeu, tio. De verdade. — Luan agradece, depois sorri para a Sol. Parece que eles têm um lance, sei lá.

— Disponha, rapaz.

— Que horas? — questiono, distraído. Eu não havia prestado muita atenção nesse detalhe.

— Às dez da noite — diz Gustavo.

— Quem vai trazer as bebidas?

— Eu cuido das bebidas. Com a ajudinha das garotas, é claro. — Eduardo murmura divertido, arrancando risada das meninas.

— Eu vou comprar as carnes na cidade. Se você quiser ir junto... — Luan me encara.

— Conta comigo.

— Eu vou gerenciar os empregados. — Vic empina o nariz. — Alguém tem que colocar essa corja de vagabundo pra trabalhar. — minha mãe e Raquel acham graça do comentário, e os funcionários ao redor da mesa ficam constrangidos.

Minha irmã fuzila Victória com o olhar e a mesa fica em silêncio.

— Você é tão desagradável, Victória. Não pode tratar as pessoas assim — diz Amanda.

Victória apenas dá de ombros, nem um pouco arrependida.

— Peço mil desculpas, por ela. Isso não vai mais se repetir — Amanda fala com os empregados. Uns assentem, outros desviam o olhar provavelmente com medo da minha mãe. — Não é mesmo, Vic?

— Claro — a outra replica com um sorriso falso, olhando para as unhas, despreocupada.

Recosto-me na cadeira, sentindo pela primeira vez algo parecido com pena pelos funcionários. Não entendo esse sentimento já que nunca o senti antes. Na verdade, tudo está muito confuso na minha cabeça desde que conheci a Ana Clara.

O comentário de Victória parece ser esquecido quando minha mãe ordena que a mesa seja retirada, mas não sem antes lançar um olhar de reprovação para a minha irmã.

Após o jantar, seguimos até a varanda.

Sinto os meus músculos cansados e me afasto dali, procurando um lugar para fumar em paz.

Lanço um olhar para a floresta, imaginando o que a selvagem tá fazendo nesse momento.

Cerro os punhos com raiva ao me pegar pensando nela de novo.

Merda!

Ela é só uma transa. Muito gostosa a propósito, mas continua sendo uma transa. — tento me convencer.

— E aí. Vai me contar o que tá rolando? — Gustavo surge ao meu lado.

Observamos o pessoal conversando animadamente na varanda, inclusive o meu pai. Eles dão risada de alguma coisa que não consigo entender.

Respiro fundo antes de contar absolutamente tudo, fazendo o cara arregalar os olhos, surpreso.

— Então quer dizer que você está pegando uma pobretona por essas bandas? — ri.

Apesar de ser um dos menos preconceituosos do grupo, com relação à classe social, Gustavo também foi um pouco influenciado pelos pais ricos e esnobes.

— É sério. A coitada acha que eu vou me casar com ela, você acredita? — gargalho dessa vez.

Ele também sorri.

— Essas garotas de hoje em dia pensam que uma transa é suficiente para nos amarrar.

— Tem razão, mas, no meu caso, só falei isso pra ficar curtindo com ela enquanto estou aqui.

— Você não presta, cara. — ele ri e bate no meu ombro.

— Azar o dela que entrou no meu caminho — murmuro friamente. — Se eu fosse bom, sentiria pena dela, mas essa palavra não existe no meu vocabulário.

— Deu pra perceber. — balança a cabeça, e eu termino de fumar.


A Redenção Do Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora