Ana Clara
Empurro-me para fora da cama, esfregando os olhos enquanto tento me situar. Estou no meu quarto e esboço um sorriso ao me lembrar da minha noite com o Vinícius. Foi maravilhosa e depois que fizemos amor, ele me trouxe até perto de casa. Então, pode-se dizer que não dormi muito, mas valeu a pena perder o sono por ele.
Deixo o quarto, enrolada em uma toalha e sigo para o banheiro do lado de fora. São umas seis horas da manhã, e a vovó deve tá dormindo. Depois do banho, entro em casa novamente e a encontro na cozinha passando café. Vou até ela e beijo a sua bochecha enquanto ela sorri.
— Bom dia, Aninha.
— Bom dia. — caminho até o quarto e me enfio em um short jeans e uma blusa branca com pequenos detalhes florais. Depois penteio os cabelos e faço um coque desajeitado.
Na cozinha, puxo uma cadeira enquanto minha vó coa o café. Minutos depois, nos servimos e, para completar, comemos o bolo de fubá que sobrou do que eu fiz ontem. Dou graças aos céus por termos uma quantidade suficiente de alimentos em casa, devido à venda dos artesanatos.
Depois do café, ligo o pequeno rádio em cima da nossa velha geladeira e uma música sertaneja de raiz preenche o silêncio matutino. Varro a casa, e minha vó lava as poucas louças que sujamos.
Umas 09h30, sigo em direção à vila vizinha e lavo as roupas e limpo a casa de uma senhora. Ela me paga em dinheiro pelo trabalho e saio de lá, satisfeita. Passeio pelas ruas ladeadas por árvores e casinhas. Cumprimento alguns conhecidos e infelizmente acabo encontrando Bia e Mariana. As duas estão com as mãos cheias de sacolas com compras e ainda não me perceberam enquanto conversam e dão risada de alguma coisa. Fico um pouco tensa e tento passar despercebida por elas, o que não dá muito certo.
— Olha só quem eu vejo por aqui... — Mariana me encara de cima a baixo com nojo.
— Com licença. — tento passar por elas, mas Bianca intercepta o meu caminho com um sorrisinho cruel nos lábios.
— Me deixa passar, por favor. — peço calmamente, já que odeio discussões ou brigas.
— Não. — Bianca nega com o nariz empinado. — Vimos você na festa dos Velásquez há algumas semanas, sua tonta! Pensou que podia nos enganar?!
— Vocês se enganaram. Não era eu — minto.
— Não somos burras como você, não! Você estava perto do Vinícius. — Mariana se intromete.
— Me deixem passar — murmuro um pouco alto, me irritando. Apesar de não gostar de confusão, a minha paciência tem limite.
— Quem você pensa que é, cadela? — Bianca me empurra com brutalidade e eu acabo tropeçando e caindo de bunda no chão. Forço-me a não chorar na frente delas e junto algumas das minhas moedas que caíram no chão.
— O seu lugar é aí, selvagem imunda! — Mariana me observa com desprezo e chuta a minha perna esquerda. Gemo de dor e sei que vai ficar uma marca no local.
Eu devia me defender, mas sou uma covarde medrosa!
— Pode chorar. Nós permitimos — diz Bianca e eu tento me controlar para não fazer justamente o que ela disse.
Fico de pé lentamente enquanto limpo a terra que ficou na minha roupa.
— Você nunca vai ter um namorado do jeito que é burra! — Bianca me olha com ar superior.
— E você não vai ter um porque é feia! — disparo insolente e me surpreendo com a minha audácia.
O seu rosto fica vermelho de raiva e confesso que isso me assusta um pouco. Parece que ela quer me estraçalhar.
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A Redenção Do Bad Boy
RomanceAté que ponto o amor pode ser destrutivo? A ingênua Ana Clara de 16 anos não pensou nisso quando se envolveu com Vinícius de Albuquerque Velásquez, um jovem rico da cidade grande. Ela só não esperava que ele se mostrasse tão cruel. Agora grávida, e...