c a p í t u l o 24🌻

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Ana Clara

Empurro-me para fora da cama, esfregando os olhos enquanto tento me situar. Estou no meu quarto e esboço um sorriso ao me lembrar da minha noite com o Vinícius. Foi maravilhosa e depois que fizemos amor, ele me trouxe até perto de casa. Então, pode-se dizer que não dormi muito, mas valeu a pena perder o sono por ele.

Deixo o quarto, enrolada em uma toalha e sigo para o banheiro do lado de fora. São umas seis horas da manhã, e a vovó deve tá dormindo. Depois do banho, entro em casa novamente e a encontro na cozinha passando café. Vou até ela e beijo a sua bochecha enquanto ela sorri.

— Bom dia, Aninha.

— Bom dia. — caminho até o quarto e me enfio em um short jeans e uma blusa branca com pequenos detalhes florais. Depois penteio os cabelos e faço um coque desajeitado.

Na cozinha, puxo uma cadeira enquanto minha vó coa o café. Minutos depois, nos servimos e, para completar, comemos o bolo de fubá que sobrou do que eu fiz ontem. Dou graças aos céus por termos uma quantidade suficiente de alimentos em casa, devido à venda dos artesanatos.

Depois do café, ligo o pequeno rádio em cima da nossa velha geladeira e uma música sertaneja de raiz preenche o silêncio matutino. Varro a casa, e minha vó lava as poucas louças que sujamos.

Umas 09h30, sigo em direção à vila vizinha e lavo as roupas e limpo a casa de uma senhora. Ela me paga em dinheiro pelo trabalho e saio de lá, satisfeita. Passeio pelas ruas ladeadas por árvores e casinhas. Cumprimento alguns conhecidos e infelizmente acabo encontrando Bia e Mariana. As duas estão com as mãos cheias de sacolas com compras e ainda não me perceberam enquanto conversam e dão risada de alguma coisa. Fico um pouco tensa e tento passar despercebida por elas, o que não dá muito certo.

— Olha só quem eu vejo por aqui... — Mariana me encara de cima a baixo com nojo.

— Com licença. — tento passar por elas, mas Bianca intercepta o meu caminho com um sorrisinho cruel nos lábios.

— Me deixa passar, por favor. — peço calmamente, já que odeio discussões ou brigas.

— Não. — Bianca nega com o nariz empinado. — Vimos você na festa dos Velásquez há algumas semanas, sua tonta! Pensou que podia nos enganar?!

— Vocês se enganaram. Não era eu — minto.

— Não somos burras como você, não! Você estava perto do Vinícius. — Mariana se intromete.

— Me deixem passar — murmuro um pouco alto, me irritando. Apesar de não gostar de confusão, a minha paciência tem limite.

— Quem você pensa que é, cadela? — Bianca me empurra com brutalidade e eu acabo tropeçando e caindo de bunda no chão. Forço-me a não chorar na frente delas e junto algumas das minhas moedas que caíram no chão.

— O seu lugar é aí, selvagem imunda! — Mariana me observa com desprezo e chuta a minha perna esquerda. Gemo de dor e sei que vai ficar uma marca no local.

Eu devia me defender, mas sou uma covarde medrosa!

— Pode chorar. Nós permitimos — diz Bianca e eu tento me controlar para não fazer justamente o que ela disse.

Fico de pé lentamente enquanto limpo a terra que ficou na minha roupa.

— Você nunca vai ter um namorado do jeito que é burra! — Bianca me olha com ar superior.

— E você não vai ter um porque é feia! — disparo insolente e me surpreendo com a minha audácia.

O seu rosto fica vermelho de raiva e confesso que isso me assusta um pouco. Parece que ela quer me estraçalhar.

A Redenção Do Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora