Vinícius
Desperto com uma baita dor de cabeça e um sentimento terrível de remorso.
Ana clara.
Parece que a dor de cabeça aumenta ao me lembrar do que fiz com ela.
Porra! Apesar de tudo, ela não merecia ouvir as merdas que falei. Ela é só uma inocente em tudo isso.
Levanto da cama, entro no banheiro, escovo os dentes e tomo uma ducha. Saio de lá e me visto todo de preto. Calço minhas botas e saio do quarto com o semblante fechado. Topo com Amanda no corredor.
— Precisamos conversar. — antes que eu possa falar alguma coisa, ela me empurra de volta para o quarto e me faz sentar na cama. Minha irmã senta logo em seguida e me lança um olhar nada agradável. Parece que alguém acordou de mau humor. — Pode me explicar agora por que bebeu até desmaiar?! — exige.
— Todo mundo tem o direito de beber! Qual o problema? — levanto os braços, frustrado, fugindo do assunto.
Ela me encara, irritada.
— Você nunca agiu assim, Vini! Logo depois que te trouxeram para o quarto, Victória foi me avisar sobre o seu estado. Eu vim aqui saber o que estava acontecendo, mas você já estava dormindo. — Permaneço calado. — Fiquei preocupada com você — diz, e sinto a culpa bater na porta. — Só me explica por que se descontrolou. Nossos pais acabaram de chegar, mas não contamos o que aconteceu com você.
— Não se preocupa, tá. — respiro fundo. — Só bebi um pouco além da conta porque esse lugar é chato pra cacete e eu só queria extravasar um pouco. Não foi nada demais.
— Mas a Victória disse que você ficou assim depois que saiu pra conversar com uma menina na festa.
Merda! Vic e sua boca grande!
— Ela tá vendo demais, é isso — murmuro, irritado. — Não saí com menina alguma durante a festa.
Fico mal por mentir para a Amanda, mas ela e nem ninguém podem saber da Ana Clara.
— Acredito em você, irmão. — suspira, ficando de pé. — Vamos tomar café? Maria fez uns doces deliciosos.
Assinto sem interesse e a sigo para fora do quarto.
***
Após o café da manhã, pego o Campeão e decido dar uma volta, tentando curar a ressaca infernal. Sem poder evitar, sigo até o riacho e fico por ali, pensando na burrada que fiz. Ana Clara deve está me odiando agora.
Cerro os punhos por me importar com isso. Tento me convencer de que só estou com raiva porque a despachei da minha vida muito cedo. É claro que eu poderia ter me aproveitado mais dela, mas como sou um tolo a afastei de mim. Encaro os arredores, vendo a queda d'água batendo contra as pedras enormes mais em baixo. Esse lugar fica solitário sem a beleza inocente da Ana Clara. Ela alegra qualquer lugar. Eu me pego sorrindo ao pensar nela e no mesmo instante me dou conta do que estou fazendo. Paro de sorrir imediatamente e volto para a Fazenda, mais irritado do que antes.
Entrego o cavalo a um dos empregados e entro no Casarão a passos largos. Passo por Gustavo que me cumprimenta e sigo direto para o quarto, trancando a porta em seguida. Jogo-me na cama e tento me distrair com o celular.
— Te amo, Vinícius. — a doce voz da Ana Clara atormenta minha cabeça e, sem poder controlar, arremesso o celular contra a parede, deixando-o em pedaços. Enfio as mãos no cabelo, frustrado, e sento na cama, encarando o que sobrou do meu celular.
— Caralho — resmungo ao me lembrar dos olhos cheios de lágrimas da Ana Clara. Volto a deitar na cama, observando o teto.
O que está acontecendo comigo?!
🍁
Continua...
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A Redenção Do Bad Boy
RomanceAté que ponto o amor pode ser destrutivo? A ingênua Ana Clara de 16 anos não pensou nisso quando se envolveu com Vinícius de Albuquerque Velásquez, um jovem rico da cidade grande. Ela só não esperava que ele se mostrasse tão cruel. Agora grávida, e...