Vinícius
Deixo a casa da Ana Clara com um sorriso largo no rosto. Entro no carro, seguindo pela rua pouco movimentada do bairro simples. Estou feliz. Muito, na verdade. Consegui fazer a Ana Clara ceder, ao menos um pouco.
Ela me deixou beijá-la e isso já é um grande passo. Foi bom senti-la em meus braços outra vez. Amo essa garota.
Entro no apartamento um tempo depois. Decidi aproveitar o feriado para visitar o Matheus; só não imaginava que fosse conseguir muito mais. Balanço a cabeça enquanto sigo até o quarto. Tomo uma ducha e saio enrolado em uma toalha.
E como o mundo é cheio de surpresas e coincidências, Victória está sentada na minha cama nesse exato momento.
O meu semblante se torna frio e irritado.
Droga. O que ela pensa que está fazendo?
— Como entrou?
— A porta estava encostada. — fica de pé, aproximando-se. O olhar dela é desafiante e de alguma forma quer parecer sensual.
Idiota!
— Aí você aproveitou pra invadir o apartamento?! — zombo com o olhar semicerrado. — É melhor dar o fora daqui. — aperto a toalha ao redor da cintura.
Seu olhar malicioso percorre o meu peito nu.
— Você não muda mesmo. Continua lindo. — aproxima-se; os passos decididos. — Por que não esquece essa história de reconquistar a caipira? Ela já escolheu o Eduardo; está na cara!
— Não me provoque! — fico tenso à menção do Eduardo e até me esqueço de perguntar como ela sabe disso.
— Posso te fazer esquecê-la. — percorre os dedos contra o meu torso. — Ela não te merece. É só uma caipira burra e...
— Cala a porra da boca! — afasto a sua mão.
— Como é?
— Mandei calar a boca se não quiser ficar sem os dentes!
— Está me ameaçando? Agora bate em mulher? — debocha.
— Claro que não. É só um aviso.
— Hm. — ignora-me, encostando o nariz no meu pescoço.
Eu me afasto bruscamente, e ela dá alguns passos para trás; o olhar confuso como se ela fosse irresistível.
— Você mudou. — murmura pensativa.
— Mudei. E não vou retroceder com essa sua sedução de merda.
Seu olhar se torna frio e revoltado. E eu não dou à mínima.
— Sou muito melhor do que ela! — dispara.
— Tá brincando, né? — dou uma risada baixa. — A Ana Clara é mil vezes melhor do que você! Não tem nem comparação. Você é mesquinha e se acha a última bolacha do pacote, mas sabe... Eu não sinto nada por você. Você foi apenas uma foda do meu passado, mas a Ana Clara é a mulher da minha vida. É com ela que eu quero passar o resto dos meus dias. É com ela que eu tenho um filho e não vou desistir disso por nada!
— Você está louco! — seus olhos ficam úmidos, mas ela desvia o olhar. — Não acredito que esse é você. O meu Vinícius não falaria isso.
— O seu Vinícius morreu! Ficou no passado. Esse agora sou eu.
— Você a ama? — seus olhos parecem confusos.
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A Redenção Do Bad Boy
RomanceAté que ponto o amor pode ser destrutivo? A ingênua Ana Clara de 16 anos não pensou nisso quando se envolveu com Vinícius de Albuquerque Velásquez, um jovem rico da cidade grande. Ela só não esperava que ele se mostrasse tão cruel. Agora grávida, e...