Vinícius
Observo o movimento da festa, bebendo o meu uísque enquanto Victória não fecha a matraca.
Garota chata!
— Você anda muito estranho ultimamente, Vini. — ela me analisa. — O que está acontecendo?
— Não sei do que você tá falando.
Ela bufa sem acreditar.
A festa está bem animada, e boa parte dos filhos dos fazendeiros locais está aqui, dançando e se entupindo de álcool. Eu, por outro lado, estou entediado e ainda tenho que aturar a chata da Victória.
Mereço!
— Estou falando com você! Odeio quando me ignora.
Reviro os olhos.
— Eu já disse que não tá acontecendo nada. Virou minha psicóloga agora, porra?! — perco a paciência.
— Não precisa me tratar assim — murmura indignada. — Só estou preocupada com você. Somos amigos, esqueceu?
— Sei... — continuo bebendo, distraído. — Me deixa em paz! — lanço um olhar para a piscina, onde duas garotas bêbadas estão rindo sem qualquer motivo aparente.
Sem poder evitar, meus pensamentos seguem diretamente para a Ana Clara e fico me perguntando se ela já foi dormir.
Cerro a mandíbula ao me pegar pensando nela outra vez.
Merda!
Aproveito quando uma das empregadas passa com uma bandeja cheia de copos e pego outra bebida mais forte. Preciso tirar esses pensamentos absurdos da cabeça.
Uma garota caminha por ali e chama minha atenção. Ela percebe o meu olhar e sorri descaradamente. Até que é gostosa, mas seus cabelos não são suficientemente castanhos nem os seus lábios tão carnudos e delicados quanto os da Aninha.
Caralho! Que porra eu tô pensando?!
Esvazio o meu copo de bebida e pego outro, até ficar meio tonto. Não posso ficar pensando merda, então é melhor beber.
— Se controla, garoto! Quer entrar em coma alcoólico? — Victória me encara quando pego outro copo.
— Virou minha mãe agora? — lanço um olhar irônico na sua direção.
— Só não quero ter que te carregar para dentro. — ela se aproxima, colocando a mão no meu peito. — Sou uma boba por me preocupar com você, mas não consigo evitar.
Fico em silêncio e ela me beija. Retribuo, até porque não sou de ferro, mas tenho a sensação de que não são esses lábios que eu gostaria de estar beijando.
Interrompo o beijo e ela me olha confusa.
Ignoro, desviando o olhar.
Preciso comer alguém, é isso! Só preciso encontrar uma garota bem gostosa nessa porra de festa. Posso conseguir isso facilmente, sem problema. Eu poderia pegar a Victória, mas hoje tô afim de carne nova. É disso que preciso pra tirar a caipira da cabeça.
Observo uma gatinha do outro lado da piscina e ela me encara de volta com um sorrisinho. Observo a sua bunda empinada, sem disfarçar. Talvez essa sirva. Apesar de estar sentindo certo desejo pela garota, não é nada fora do comum e que me faça perder a cabeça. Confesso que isso está me incomodando pra caralho.
Observo o líquido âmbar no meu copo, distraído, então um cheiro conhecido e viciante chega até mim. Fico confuso por um momento, mas logo chego à conclusão de que a minha mente tá me pregando uma peça.
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A Redenção Do Bad Boy
RomanceAté que ponto o amor pode ser destrutivo? A ingênua Ana Clara de 16 anos não pensou nisso quando se envolveu com Vinícius de Albuquerque Velásquez, um jovem rico da cidade grande. Ela só não esperava que ele se mostrasse tão cruel. Agora grávida, e...