c a p í t u l o 45🌻

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Vinícius

Depois de algumas horas de viagem, finalmente avisto a Fazenda Velásquez.

Observo a mansão pela janela do SUV e abro um breve sorriso de satisfação. Nem me preocupei em pegar um jatinho. Eu vim direto de carro e a viagem foi rápida e tranquila, apesar de eu estar muito ansioso.

Acho que a Ana Clara não vai querer me ver nem pintado, mas é melhor tentar. Não vou desistir dela como fiz antes.

Passo em frente à fazenda, mas não paro. Continuo em meu percurso antes de pegar o caminho da casa de Ana Clara. Meu peito parece que vai explodir de ansiedade e desejo de vê-la.

Pela primeira vez não sinto um pingo de arrependimento por estar fazendo a coisa certa.

Estaciono em frente à casa e buzino durante alguns segundos.

Meu sorriso some do rosto por não ter aparecido ninguém e desço do carro, confuso.

Caminho até a porta da casa de madeira e bato algumas vezes. Parece que não tem ninguém na casa e acho estranho.

Será que já foram dormir? Mas ainda não são nem nove horas da noite...

Fico apreensivo e bato na porta com mais força.

Nada.

Ninguém aparece ou emite qualquer sinal de vida.

Observo um idoso passando em frente à casa, acompanhado de uma senhora.

Sigo em direção a eles.

— Boa noite — murmuro.

Ambos me encaram. Observam minhas roupas e meu carro com curiosidade.

— Boa noite. — respondem.

— Podem me conceder uma informação?

— Claro que sim. No que podemos ajudar? — a senhora se pronuncia.

— Sabem dizer onde estão as moradoras dessa casa? Já bati na porta, mas elas não apareceram.

Eles se entreolham como se soubessem de algo.

— Elas não moram mais aí. Foram embora há algumas semanas. A senhora e a neta foram de manhã cedo.

Meu mundo desmorona com a notícia: A pior notícia que eu poderia receber nesse momento.

— Sabem para onde elas foram? — passo a mão pelo cabelo, desesperado.

— Não sabemos, sinto muito.

— Tudo bem... obrigado pela informação — murmuro e eles seguem seu caminho.

Regresso para o carro com um nó na garganta. Entro no mesmo, batendo a porta antes de colocar a cabeça no volante.

Cheguei tarde.

Ana Clara se foi.

Quando me dou conta, meus ombros estremecem com os soluços e não me importo de chorar como criança.

Perdi a minha mulher por causa da minha burrice.


🍁



Depois de três horas de viagem em que estive mais morto do que vivo, chego ao meu apartamento e bato a porta quando entro.

Troco minha roupa por outra qualquer antes de sentar no sofá com a cabeça entre as mãos.

Ainda não sei como não bati o carro durante a viagem de volta. Estou completamente quebrado por não ter encontrado a Ana Clara. Ela deve está bem longe de mim agora.

Espero que esteja bem com a sua avó e nosso filho. Sei que já é tarde para me preocupar, sendo que fui o culpado de tudo, mas não consigo ficar impassível diante disso.

Preciso da minha menina pra respirar.

Pego uma cerveja na geladeira e bebo alguns goles na boca da garrafa. Nada mais faz sentido mesmo!

Deixei escapar a única pessoa que poderia me fazer feliz e estou me sentindo um lixo.

Desperto dos meus pensamentos quando alguém invade o apartamento. Acho que esqueci de trancar a merda da porta.

Minha mãe passa por ela atordoada, acompanhada do meu pai e da Amanda. Coloco a cerveja de lado, surpreso.

Minha irmã me encara com pena.

— O porteiro me avisou que você já havia chegado e eu vim correndo te ver, filho. Espero que tenha desistido dessa garota. — Laura me abraça, mas não retribuo. Ela se afasta confusa e meu pai se aproxima.

— Conseguiu fazê-la perdoá-lo? — pergunta.

— Não.

Resumo o que aconteceu quando cheguei lá e ele solta um suspiro.

— Sinto muito.

— Não sinta. Foi tudo culpa minha.

Amanda põe a mão no meu ombro.

— Juro que fiquei muito orgulhosa quando soube que você se arrependeu do que fez e foi atrás da Ana Clara. — diz ela com um pequeno sorriso.

— Ela foi embora com a avó. — engulo em seco, encarando as paredes do apartamento. — Então não serviu de nada eu ter ido atrás dela.

— Serviu sim. Você fez algo admirável, apesar dos seus erros e de não tê-la encontrado. Você a ama de verdade?

— Claro que amo. — confesso e ela me abraça enquanto põe a cabeça no meu ombro. Minha mãe permanece em silêncio, mas vejo um brilho de satisfação nos seus olhos como se tivesse ficado feliz com a notícia de que não consegui encontrar a Ana Clara.



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A Redenção Do Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora