Vinícius
Depois de algumas horas de viagem, finalmente avisto a Fazenda Velásquez.
Observo a mansão pela janela do SUV e abro um breve sorriso de satisfação. Nem me preocupei em pegar um jatinho. Eu vim direto de carro e a viagem foi rápida e tranquila, apesar de eu estar muito ansioso.
Acho que a Ana Clara não vai querer me ver nem pintado, mas é melhor tentar. Não vou desistir dela como fiz antes.
Passo em frente à fazenda, mas não paro. Continuo em meu percurso antes de pegar o caminho da casa de Ana Clara. Meu peito parece que vai explodir de ansiedade e desejo de vê-la.
Pela primeira vez não sinto um pingo de arrependimento por estar fazendo a coisa certa.
Estaciono em frente à casa e buzino durante alguns segundos.
Meu sorriso some do rosto por não ter aparecido ninguém e desço do carro, confuso.
Caminho até a porta da casa de madeira e bato algumas vezes. Parece que não tem ninguém na casa e acho estranho.
Será que já foram dormir? Mas ainda não são nem nove horas da noite...
Fico apreensivo e bato na porta com mais força.
Nada.
Ninguém aparece ou emite qualquer sinal de vida.
Observo um idoso passando em frente à casa, acompanhado de uma senhora.
Sigo em direção a eles.
— Boa noite — murmuro.
Ambos me encaram. Observam minhas roupas e meu carro com curiosidade.
— Boa noite. — respondem.
— Podem me conceder uma informação?
— Claro que sim. No que podemos ajudar? — a senhora se pronuncia.
— Sabem dizer onde estão as moradoras dessa casa? Já bati na porta, mas elas não apareceram.
Eles se entreolham como se soubessem de algo.
— Elas não moram mais aí. Foram embora há algumas semanas. A senhora e a neta foram de manhã cedo.
Meu mundo desmorona com a notícia: A pior notícia que eu poderia receber nesse momento.
— Sabem para onde elas foram? — passo a mão pelo cabelo, desesperado.
— Não sabemos, sinto muito.
— Tudo bem... obrigado pela informação — murmuro e eles seguem seu caminho.
Regresso para o carro com um nó na garganta. Entro no mesmo, batendo a porta antes de colocar a cabeça no volante.
Cheguei tarde.
Ana Clara se foi.
Quando me dou conta, meus ombros estremecem com os soluços e não me importo de chorar como criança.
Perdi a minha mulher por causa da minha burrice.
🍁
Depois de três horas de viagem em que estive mais morto do que vivo, chego ao meu apartamento e bato a porta quando entro.
Troco minha roupa por outra qualquer antes de sentar no sofá com a cabeça entre as mãos.
Ainda não sei como não bati o carro durante a viagem de volta. Estou completamente quebrado por não ter encontrado a Ana Clara. Ela deve está bem longe de mim agora.
Espero que esteja bem com a sua avó e nosso filho. Sei que já é tarde para me preocupar, sendo que fui o culpado de tudo, mas não consigo ficar impassível diante disso.
Preciso da minha menina pra respirar.
Pego uma cerveja na geladeira e bebo alguns goles na boca da garrafa. Nada mais faz sentido mesmo!
Deixei escapar a única pessoa que poderia me fazer feliz e estou me sentindo um lixo.
Desperto dos meus pensamentos quando alguém invade o apartamento. Acho que esqueci de trancar a merda da porta.
Minha mãe passa por ela atordoada, acompanhada do meu pai e da Amanda. Coloco a cerveja de lado, surpreso.
Minha irmã me encara com pena.
— O porteiro me avisou que você já havia chegado e eu vim correndo te ver, filho. Espero que tenha desistido dessa garota. — Laura me abraça, mas não retribuo. Ela se afasta confusa e meu pai se aproxima.
— Conseguiu fazê-la perdoá-lo? — pergunta.
— Não.
Resumo o que aconteceu quando cheguei lá e ele solta um suspiro.
— Sinto muito.
— Não sinta. Foi tudo culpa minha.
Amanda põe a mão no meu ombro.
— Juro que fiquei muito orgulhosa quando soube que você se arrependeu do que fez e foi atrás da Ana Clara. — diz ela com um pequeno sorriso.
— Ela foi embora com a avó. — engulo em seco, encarando as paredes do apartamento. — Então não serviu de nada eu ter ido atrás dela.
— Serviu sim. Você fez algo admirável, apesar dos seus erros e de não tê-la encontrado. Você a ama de verdade?
— Claro que amo. — confesso e ela me abraça enquanto põe a cabeça no meu ombro. Minha mãe permanece em silêncio, mas vejo um brilho de satisfação nos seus olhos como se tivesse ficado feliz com a notícia de que não consegui encontrar a Ana Clara.
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A Redenção Do Bad Boy
RomanceAté que ponto o amor pode ser destrutivo? A ingênua Ana Clara de 16 anos não pensou nisso quando se envolveu com Vinícius de Albuquerque Velásquez, um jovem rico da cidade grande. Ela só não esperava que ele se mostrasse tão cruel. Agora grávida, e...