Vinícius
No apartamento, jogo-me de qualquer jeito no sofá da sala. Minha cabeça tá uma bagunça depois do meu encontro com a Ana Clara. Depois que a perdi de vista, fiquei dirigindo sem rumo pela cidade.
Nunca pensei que ficaria à mercê de tantos sentimentos. Se alguém me dissesse no passado que eu iria ficar de quatro por uma mulher como estou pela Aninha, eu riria e xingaria a pessoa. Mas me tornei a porra de um chorão quando percebi que não posso viver sem minha mulher e meu filho.
Porra... Só quero ficar perto deles! Mas a cagada já foi feita e não posso simplesmente chegar com a maior cara lavada e dizer que me arrependi, embora isso seja verdade. Mereço cada palavra que ouvi da Ana Clara, apesar de doer pra cacete.
Juro que me arrependi do que fiz com ela e só quero tê-la perto de mim, como minha mulher e mãe do meu filho. Porém o seu olhar de dor me fez entender que não vai ser fácil ter o seu perdão.
Solto um suspiro de exaustão, recostando a cabeça contra o encosto do sofá.
Por outro lado, apesar da nossa briga recente, foi bom sentir o cheiro dela e tocá-la depois de tanto tempo.
Fico de pé, caminhando até a cozinha. Pego uma garrafa de vodca antes de beber seu conteúdo direto no gargalo. Sinto a ardência da bebida contra minha garganta e deixo ela me aliviar nem que seja por alguns instantes.
Caminho de volta para a sala enquanto tiro minha camiseta preta, ficando só de calça jeans.
De repente, o interfone toca e fico de pé. Atendo-o sem paciência.
— O que é?
— Senhor Vinícius... — diz Paulo. — Tem uma moça muito bonita querendo subir.
— Quem é? — questiono curioso. Só espero que não seja a Victória.
— Ela disse que se chama Raquel Andrade. Posso deixá-la subir? A moça não para de chorar.
Fico cada vez mais curioso.
O que pode ter acontecido?
— Claro. Mande-a subir. — murmuro.
Eu me pergunto o que ela tá fazendo aqui uma hora dessas. Acho que já é uma da manhã.
Volto para o sofá. Minha vontade era ter proibido o porteiro de deixar Raquel subir, mas ela nunca me fez nada de mal e pode está precisando de ajuda, então não vejo problema, apesar de querer ficar sozinho nesse momento.
Não demora muito para a companhia tocar.
Sigo até a porta, abrindo-a. Antes que eu possa falar alguma coisa, Raquel se joga nos meus braços e chora contra o meu peito.
— Estou tão triste, Vini.
Seguro-a, espantando com o seu surto. Quando ela se acalma e se afasta, tranco a porta.
— O que aconteceu? — questiono.
— Victória foi ao meu apartamento e me falou coisas horríveis, assim que eu disse que você me salvou daquele monstro na balada. Ela se irritou quando revelei que você me deu uma carona para casa e rompeu nossa amizade de anos. — funga, balançando a cabeça.
— Sinto muito. — murmuro um pouco aéreo, já que estou meio embriagado. — Como soube onde eu moro?
— Liguei para o Luan e pedi o endereço. — cora perceptivelmente quando encara meu torso nu.
Cato minha camiseta no chão e visto-a rapidamente.
— Como eu estava me sentindo muito sozinha lá em casa, decidi vir aqui de carro. Já imaginava dar volta perdida, pensando que você estava dormindo.
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A Redenção Do Bad Boy
RomanceAté que ponto o amor pode ser destrutivo? A ingênua Ana Clara de 16 anos não pensou nisso quando se envolveu com Vinícius de Albuquerque Velásquez, um jovem rico da cidade grande. Ela só não esperava que ele se mostrasse tão cruel. Agora grávida, e...