Vinícius
Durante a manhã, decido ir até a mansão dos meus pais. Há dias eu não os visito, mas confesso que a atitude da minha mãe com relação ao meu sentimento pela Ana Clara me irritou. Ela é minha mãe, eu sei, mas nada justifica ela ofender a Ana Clara. O antigo Vinícius não se importaria; ele estava pouco se fodendo para as coisas. Depois que a Ana Clara entrou na minha vida e me mostrou o que é amar alguém pra valer, mudei minha forma de pensar e agir. E agora estou pagando pelos erros que cometi, com a sua rejeição. Isso é uma droga, mas é minha culpa.
— Seus pais estão na sala de jantar, senhor. — diz a governanta assim que passo pela porta.
Encontro os meus pais almoçando silenciosamente. Meu pai sorri para mim, e Laura parece surpresa com a minha aparição. Não vejo Amanda, que provavelmente está na casa de alguma amiga.
— Sente-se aí, meu filho. Vou pedir para a Rosa fazer o seu prato. — diz papai.
— Não precisa. Já almocei. — sento-me em uma cadeira, ficando desconfortável sob o olhar perscrutador da minha mãe.
— Você nunca mais veio nos visitar, Vinícius. — comenta. — Victória sempre pergunta por você quando vem aqui. Você devia lhe dar uma chance.
Reviro os olhos diante da sua maneira nada sutil de me empurrar para a Victória.
— Não temos mais nada, mãe. Quantas vezes vou ter que repetir isso?
— Não o pressione, Laura. — meu pai a encara. — Ele já tem 21 anos e sabe se cuidar.
— Eu sei, Carlos, mas o nosso filho já está indo longe demais com essa história de conquistar aquela caipira...
— Não continua! — lanço um olhar de aviso. — Eu só queira vir visitá-los numa boa, mas parece que não deu muito certo. — penso em me levantar para ir embora, mas meu pai põe a mão em meu ombro e acabo me sentando outra vez.
— Não ligue para o que a sua mãe diz. Vamos tentar manter uma conversa civilizada.
— Tudo bem. Não está mais aqui quem falou. — Laura resmunga, remexendo a comida em seu prato.
— Já conseguiu reconquistá-la? — meu pai se refere à Ana Clara, é obvio. Ele já sabe sobre todo o lance do investigador e sobre eu ter encontrado a Ana Clara em BH. Quando estamos na empresa, sempre comentamos algo sobre. Meu pai virou uma espécie de conselheiro e me sinto bem em desabafar com ele.
— Não. Ela não quer me ver nem pintado.
Minha mãe não parece surpresa que eu tenha encontrado a Ana clara, e isso me deixa intrigado. Pensei que ela iria fazer uma confusão sobre isso, mas está perfeitamente calma enquanto encara seu prato. Acho que meu pai comentou algo sobre isso com ela.
— Sinto muito. Mas continue tentando. Desistir não está no lema dos Velásquez.
Ouço passos apressados se aproximarem da sala de jantar.
—Fiquei tão feliz quando soube que estava aqui. — Amanda me dá um abraço apertado.
— Vim ver como vocês estavam. — murmuro quando ela se afasta antes de puxar uma cadeira.
— Estou faminta. — Amanda passa a mão na barriga, esboçando um sorriso divertido. Não consigo segurar uma risada baixa.
— Vá trocar de roupa, primeiro, menina. Tenha modos. — o sorriso de Amanda se desmancha com a repreensão de nossa mãe.
— Tudo bem. — suspira e fica de pé. — Não vá embora agora, Vini. — ela me dá um beijo na bochecha e sobe as escadas, correndo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Redenção Do Bad Boy
RomanceAté que ponto o amor pode ser destrutivo? A ingênua Ana Clara de 16 anos não pensou nisso quando se envolveu com Vinícius de Albuquerque Velásquez, um jovem rico da cidade grande. Ela só não esperava que ele se mostrasse tão cruel. Agora grávida, e...