Ana Clara
Quinta-feira
20h05min
Estou usando um vestido branco de alcinhas, que chega até os joelhos. Calço as sapatilhas que Beatriz emprestou e penteio os cabelos, deixando-os soltos. Passo perfume antes de pôr meu simples colar.
Olho-me no espelho de corpo inteiro, sorrindo com o resultado.
Ficou ótimo.
Na sala, encontro minha vó, Maria e Beatriz assistindo TV.
Beatriz assovia assim que volta os olhos na minha direção.
— Acho que esse garoto vai se apaixonar. — murmura, deixando-me sem graça.
— Está muito bonita, minha neta. — vovó sorri admirada. Maria também concorda.
— Obrigada. — mal termino de dizer e ouço o som de uma buzina lá fora. — Preciso ir. Tchau pra vocês. — aceno.
Do lado de fora, encosto a porta, sentindo a brisa fria da noite contra minha pele. Aproximo-me do carro cinza e sorrio quando Eduardo se aproxima.
Ele me convidou na quarta para sair, quando decidiu me visitar. Confesso que fiquei surpresa com o convite e acabei aceitando. Não posso passar o resto da minha vida me lamuriando por ter sido abandonada pelo Vinícius. Ainda o amo, é claro, mas ele não merece esse amor.
Quando Eduardo veio me visitar, eu o apresentei à minha vó. Ela gostou muito dele, apesar de ter ficado com o pé atrás quando eu disse que é um ex-amigo do Vinícius.
Afasto esses pensamentos, percebendo que Eduardo está com uma calça jeans e camiseta azul que combina com os seus olhos.
— Boa noite. Você está linda. — diz, analisando-me de forma intensa.
Fico um pouco desconfortável com o seu olhar.
— Obrigada, você também está muito bonito. — murmuro com as bochechas quentes.
Ele sorri. — Obrigado. Vamos?
Assinto.
Eduardo abre a porta do carro para mim e eu me sento no banco ao lado do motorista. Ele entra no carro, travando as portas e ligando o rádio do automóvel em uma estação de música sertaneja.
— O restaurante é aqui perto? — pergunto de forma casual.
— Não. Fica no centro da cidade. — me observa de canto, enquanto dirige. — Costumo ir lá com meus pais. Fora o restaurante onde você trabalha, já foi a algum outro?
— Sim. — murmuro ao me lembrar da primeira vez que pisei em um. — Vinícius me levou uma vez.
— Ah... — ele não prolonga o assunto, pois sabe que isso ainda me deixa mal.
— Você mora com os seus pais? — questiono pra descontrair o clima estranho.
— Não. Tenho o meu próprio apartamento. Não gosto de ser controlado, apesar de amá-los muito.
— Entendo. — sorrio. — Eu, por outro lado, amo morar com a minha vó. Não consigo me imaginar em outro lugar que não seja perto dela.
— Ela é muito importante para você, né?
— Muito. Dona Mercedes é a pessoa mais maravilhosa que conheço.
— E também é uma senhora muito divertida. Gostei dela.
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A Redenção Do Bad Boy
RomanceAté que ponto o amor pode ser destrutivo? A ingênua Ana Clara de 16 anos não pensou nisso quando se envolveu com Vinícius de Albuquerque Velásquez, um jovem rico da cidade grande. Ela só não esperava que ele se mostrasse tão cruel. Agora grávida, e...