c a p í t u l o 22🌻

13.4K 892 34
                                    

Ana Clara

Três semanas depois...

Durante a manhã, depois de arrumar a casa, ajudo minha vó com a venda dos artesanatos na outra vila. Graças a Deus vendemos grande parte e faturamos uma boa quantia em dinheiro. Ficamos mais um pouco por ali e depois seguimos para a casa de dona Lurdes, com a intenção de conversar. Minha vó fica conversando com ela na sala, enquanto sigo até o quintal. Avisto Margarida antes de caminhar em sua direção.

— Oi. — Eu lhe dou um abraço, sentando-me ao seu lado em um banco de madeira.

— Oi, Aninha. — ela sorri. — O que você tem feito de bom?

— Nada de mais. Acabei de vender alguns artesanatos com a vovó e correu tudo bem. Cadê o seu irmão?

— Foi andar a cavalo por aí. — suspira. — Aquele garoto não para quieto.

— Acredito. — sorrimos. — Você tem visto Mariana e a Bianca por aqui?

— Tenho sim. — faz uma careta engraçada. — Aquelas duas cobras praticamente pisam na gente. Elas se acham, só porque estão trabalhando na fazenda Velásquez. Nem parece que moram aqui na vila.

Estremeço ao ouvir o sobrenome Velásquez e tento não ficar pensando naquela família, principalmente no Vinícius. Ele me fez muito mal, e não gosto de me lembrar de suas palavras que ainda estão bem vivas em mim. Apesar de tudo, ainda tenho saudades dele. Sou uma boba mesmo!

— Por que você não foi mais à escola? Sentimos a sua falta por lá.

— As coisas andam meio difíceis ultimamente. Tenho que cuidar da minha vó e você sabe que os livros são caros.

O meu maior sonho é um dia voltar a estudar. Parei na 8ª série e nunca mais voltei, já que não tenho condições de arcar com os custos. Embora a escola seja pública, não tenho condições de pagar pelos livros que são caros e não posso deixar a minha vó sozinha. Por esse motivo deixei de estudar; não porque sou desinteressada.

— Você sabe que eu posso te ajudar a comprar os livros, Aninha. — me olha, séria.

— Eu sei, você é uma boa pessoa. Mas não quero abusar da sua bondade, Margarida. E você sabe que não posso deixar a minha vó sozinha, já que o ensino é integral.

— Sei disso. — ela suspira e me olha triste. — As coisas por aqui são meio difíceis se você não é filho de um dos fazendeiros ricos.

— Pois é... Mas somos felizes com o pouco que temos. — murmuro. — Só a beleza desse lugar compensa tudo.

— Verdade. — Margarida me encara, admirada. — Você nunca fica triste, né?

— Às vezes fico sim, não vou mentir. — penso no que passei dias atrás. — Mas aí lembro que tem pessoas que passam por coisas piores do que eu; e sou sortuda em ter um teto sobre a minha cabeça e a minha vó por perto. Não tenho do que reclamar.

— Você tem razão. — ela sorri, ficando de pé. — Quer provar o bolo de chocolate que fiz? Não é querendo me gabar, mas está uma delícia.

— Vamos — murmuro animada e a sigo para dentro da sua casa.


🍁

Capítulo curtinho, né?... já-já posto o próximo cap narrado pelo nosso bad boy.

Votem e Comentem!


A Redenção Do Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora