Ana Clara
Três semanas depois...
Durante a manhã, depois de arrumar a casa, ajudo minha vó com a venda dos artesanatos na outra vila. Graças a Deus vendemos grande parte e faturamos uma boa quantia em dinheiro. Ficamos mais um pouco por ali e depois seguimos para a casa de dona Lurdes, com a intenção de conversar. Minha vó fica conversando com ela na sala, enquanto sigo até o quintal. Avisto Margarida antes de caminhar em sua direção.
— Oi. — Eu lhe dou um abraço, sentando-me ao seu lado em um banco de madeira.
— Oi, Aninha. — ela sorri. — O que você tem feito de bom?
— Nada de mais. Acabei de vender alguns artesanatos com a vovó e correu tudo bem. Cadê o seu irmão?
— Foi andar a cavalo por aí. — suspira. — Aquele garoto não para quieto.
— Acredito. — sorrimos. — Você tem visto Mariana e a Bianca por aqui?
— Tenho sim. — faz uma careta engraçada. — Aquelas duas cobras praticamente pisam na gente. Elas se acham, só porque estão trabalhando na fazenda Velásquez. Nem parece que moram aqui na vila.
Estremeço ao ouvir o sobrenome Velásquez e tento não ficar pensando naquela família, principalmente no Vinícius. Ele me fez muito mal, e não gosto de me lembrar de suas palavras que ainda estão bem vivas em mim. Apesar de tudo, ainda tenho saudades dele. Sou uma boba mesmo!
— Por que você não foi mais à escola? Sentimos a sua falta por lá.
— As coisas andam meio difíceis ultimamente. Tenho que cuidar da minha vó e você sabe que os livros são caros.
O meu maior sonho é um dia voltar a estudar. Parei na 8ª série e nunca mais voltei, já que não tenho condições de arcar com os custos. Embora a escola seja pública, não tenho condições de pagar pelos livros que são caros e não posso deixar a minha vó sozinha. Por esse motivo deixei de estudar; não porque sou desinteressada.
— Você sabe que eu posso te ajudar a comprar os livros, Aninha. — me olha, séria.
— Eu sei, você é uma boa pessoa. Mas não quero abusar da sua bondade, Margarida. E você sabe que não posso deixar a minha vó sozinha, já que o ensino é integral.
— Sei disso. — ela suspira e me olha triste. — As coisas por aqui são meio difíceis se você não é filho de um dos fazendeiros ricos.
— Pois é... Mas somos felizes com o pouco que temos. — murmuro. — Só a beleza desse lugar compensa tudo.
— Verdade. — Margarida me encara, admirada. — Você nunca fica triste, né?
— Às vezes fico sim, não vou mentir. — penso no que passei dias atrás. — Mas aí lembro que tem pessoas que passam por coisas piores do que eu; e sou sortuda em ter um teto sobre a minha cabeça e a minha vó por perto. Não tenho do que reclamar.
— Você tem razão. — ela sorri, ficando de pé. — Quer provar o bolo de chocolate que fiz? Não é querendo me gabar, mas está uma delícia.
— Vamos — murmuro animada e a sigo para dentro da sua casa.
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Capítulo curtinho, né?... já-já posto o próximo cap narrado pelo nosso bad boy.
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A Redenção Do Bad Boy
RomansaAté que ponto o amor pode ser destrutivo? A ingênua Ana Clara de 16 anos não pensou nisso quando se envolveu com Vinícius de Albuquerque Velásquez, um jovem rico da cidade grande. Ela só não esperava que ele se mostrasse tão cruel. Agora grávida, e...