c a p í t u l o 55????

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Vinícius

Após o banho, eu me enfio em uma boxer e bermuda.

Imagino que há essa hora Ana Clara já tenha recebido o presente que mandei. Por sorte, consegui seu endereço com Xavier. Espero que ela tenha gostado do presente. Eu mesmo comprei o buquê de flores e o presente do bebê. Fiquei emocionado pra cacete quando imaginei meu filho ou filha usando a roupa e o sapatinho, mas disfarcei pra não chorar como uma menininha no meio da loja.

Passo a mão na mandíbula, sentindo a barba por fazer. Ela não está tão grande assim, mas realmente preciso me barbear. Farei isso amanhã sem falta.

Observo as paredes do meu apartamento, soltando um suspiro de cansaço. Ligo a TV e fico zapeando até achar algo interessante para assistir.

Dessa vez não busco minha velha companheira: a bebida. Tenho que agir como homem dessa vez e encarar a realidade. Fiz muita merda com Ana Clara e agora tenho que lutar pelo seu perdão, de preferência sóbrio. Estou morrendo de medo de nunca conseguir isso, mas não serei vencido pelo cansaço, pode apostar.


***

Ana Clara

Ajudo Márcia a limpar as mesas e as cadeiras do restaurante. Depois, esperamos os clientes chegarem. Minha barriga já tá começando a dar sinal de que tem um bebê, mas não está tão evidente assim. Como estou com cinco meses e pouco de gravidez e usando roupas largas, Julia ainda não percebeu que estou grávida; isso significaria demissão na certa. Mas em breve terei que deixar de trabalhar, quando minha barriga já estiver grande.

— De quantos meses você tá? — Márcia se aproxima.

Fico muito surpresa que ela tenha percebido.

— O quê? — eu me faço de desentendida.

— Você tá grávida, né? — a morena me encara, divertida, mas logo arregala os olhos. — Ah, meu Deus! Me desculpa. Como sou burra. Pensei que estava grávida. Eu não quis te chamar de gorda nem nada, só...

Dou risada da careta que ela faz, e Márcia fica confusa.

— Você está certa. — murmuro em voz baixa após me recuperar do meu ataque de risos. — Estou grávida.

— Eu sabia! Apesar das suas roupas folgadas, dá pra perceber, flor. Mas você é tão nova. — comenta. — Mas quem sou eu pra julgar! Engravidei com dezessete e hoje minha filha já tem quatro aninhos.

— Qual o nome dela? — sorrio.

— Mirela. — diz, abrindo um sorriso.

— Que nome lindo.

— Muito. — assente. — Você fala com o pai do seu bebê?

— Ele não quis o bebê quando descobriu que eu estava grávida. Até veio atrás de mim depois e disse que se arrependeu, mas acho que é tudo mentira. — desabafo.

— Poxa, que pena. Entendo isso. Comigo foi bem parecido, mas o canalha só fez e caiu fora. Nunca mais ouvi falar.

— Sinto muito. — comento, pensando na minha própria situação.

— Mas o importante é seguir em frente. Hoje sou feliz com a minha filha e não preciso dele.

Ela me fala mais sobre a filha, e descubro que tem se virado para sustentá-la. Eu queria ser forte como ela e passar uma bochecha em tudo o que vivi, mas é tão difícil esquecer o passado.

A Redenção Do Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora