Medicina IV

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Alguém me lembrou que quando a gente gosta muito de algo
É preciso sequestrá-lo
Ao ponto da polícia não dar queixa
Ficar calado
Um sequestro tão bondoso que a vítima se torna aliada
Na aliança da cumplicidade, você e eu estamos amarrados
Quando você pisca pra mim
E a multidão desconfia de nada
Quando você segura minha mão
E meu pai nem vê nada
Porque os seus braços vivem ao meu redor
De frio eu sei que não morro
É que às vezes o calor do seus braços é pior
Seu amor é o meu sufoco
Porque te esconder no peito é o prazer que eu carrego
Mas te guardar no bolso é estaca, é espada
É o fim
É o poço.

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23/05/2018
11:18 p.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livre IIOnde histórias criam vida. Descubra agora