Câncer

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Há tanta vida em seu peito
Tanto sendo processado em sua mente
Corpo que não colabora mais com os neurônios
Células que entregam os pontos inconsequentemente
A pele amarelada, esverdeada, azulada
O roxo que mancha o rosto
O espelho que grita pelas madrugadas
A pena no olhar de quem passa
A rachadura que desenha o desejo
Aquele de que a vida já não presta
Ela conta seus últimos dias nos dedos
Porque maior é sua vontade da vida
Tamanha sua vontade de viver!
Olhar nos olhos dele é resposta
Acordar e dormir nos braços quem a vida teve prazer
É que ouvir clamores e preces sussurradas ao pé da escada machuca
E em ira espontânea ela sente querer desistir
Ah, mas a vida sem eles é sem graça!
Doença nenhuma pode competir
Que o governo se exploda e embaralhe
A dor do hematoma que não para de refletir
Acordará nos braços dele sorrindo à beça
E na voz dos pequenos seus últimos dias, belos, sentir

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12/06/2018
11:56 a.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livre IIOnde histórias criam vida. Descubra agora