Direito

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Neste momento, ouvindo a sua voz
Contemplando sua face e todo o seu corpo
Me pergunto como minhas formas foram se encaixar nas suas
Em como as minhas mãozinhas brancas são fracas demais pra te tocar
Ah, corpo meu! Corpo vivo, corpo humano
Que soe, então, a sua voz
Eu te conheço. Não me engano.
Por você o Pacífico vira piscina
Atravesso em dois tempos e de olhos fechados
Suas águas congelantes viram o outono
Assim tão gostoso, mesmo frio em demasiado
Por você o verão de noventa dias passa mais rápido que a velocidade da luz
Suporto chuva de raios e pedras
Enquanto um carro me conduz
Por ti meu caderno permanece vazio
Enquanto guardo todas as palavras no peito
Mas, por favor, me permita pôr as mãos sobre o seu corpo
Dividir também o mesmo leito
Sussurrarei baixinho, garanto
Prometo, bela voz, te tocar direito.

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28/06/2018
12:08 a.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livre IIOnde histórias criam vida. Descubra agora