Imensidão

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Há dois meses abracei a felicidade
Fui até o aeroporto, a chamei, a abracei e beijei forte
E a levei pra casa
Hoje é viva e forte e está lá, de onde veio
E às vezes sopra sorte pro meu lado, de escanteio
Hoje eu penso na vida inteira
Nela crua
Nela pura
Nela, em sua forma mais cristalina e em natureza
Ela nunca retornará à mim
Porque ela nunca nem esteve ao meu lado
E eu digito seus poemas
Letra por letra
Não entendo esse teclado
E ouço minha caneta azul cair
As linhas do meu caderno manchadas de lágrimas
Suas páginas amareladas
Mas não posso trazê-las pra perto do nariz
Ninguém entenderia minha vontade de beijá-las
Eu beijo o vento, e me enrosco nele
Ele acaricia a minha nuca, as minhas costas, as minhas coxas
Vai-se então em um instante
Me faz suar até as bicas
Porque sem ele ao meu lado eu não sou contente
E felicidade é o que constantemente busco
É que pôr no papel o que sinto na mente é impossível
Não há palavras nem códigos nem mesmo notas que expressam
A saudade, a tristeza, a vontade, o calor e a sede
A imensidão, o poente, a nascente, o sol e as estrelas
A vida, um penhasco, o oceano, o universo
Minha vida, minha família, meus sonhos, meus medos
Um suspiro.

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15/10/2018
04:22 p.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livre IIOnde histórias criam vida. Descubra agora