E conforme os seus braços se estendem
Meu corpo treme todo - eu sei o que vem
Um beijo estralado, nem mesmo tocado
Mas seu rosto liso e perfumado me atingem
Passarei o resto do dia sentindo seu cheiro
Não tomarei banho no dia seguinte
Nem no outro, nem no outro
Ah, claro, se tão somente houvesse um amanhã!
Porque no momento em que seus braços contornarem o meu corpo
Segurando firmemente a minha cintura
Quase tirando os meus pés do chão
Eu sei que eu desmontarei nos seus braços
E meus cacos e pedaços deixados de lado
Você agacharia, pegaria cada vidrinho, cada pedacinho de pano
Costuraria tudo no lugar - no lugar certo
Ia direto no seu peito e eu cresceria lá
Nunca mais desmoronaria, nunca nem mesmo tremeria
Sempre aconchegada em seu peito, sentindo seu cheiro, sentindo você...
É só uma tela. É vidro. Acorda.
Você não consegue me ver.
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10/02/2019
10:37 p.m.
Polliana Oliveira
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Prelúdios de uma poeta livre II
PuisiEm terra de poesia a única regra é poetizar. "Desbravei ilhas e trilhas Contei os minutos, dias e milhas Migalhas minhas deixadas em cada bloco" (Home)