O amor que se foi

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Hoje a visão dele é forte

A visão dele hoje é terrivelmente forte

O sonho também se tornou noturno

Agora manhã, tarde e noite, quando fecho os olhos, é ele quem vejo

E quando estico os braços, deitada na cama, é seu corpo que sinto

O calor dele me aquecendo

Tudo nele me fazendo ferver e acelerar

Apuro os ouvidos e sua voz ressoa: grave, rouca, baixa

Suas mãos me embalam toda, me viro, e o mundo se atordoa: ele não está lá

E nos seus olhos não me perderei

Nem me enroscarei nele durante o sono

Ele não fará seu muxoxo no meu cangote

Não rirei baixinho pra não denunciar que estou ridiculamente apaixonada

Ele não me agarrará pela cintura e me tomará para si

Porque ele nunca se ajoelhará e me pedirá para ser sua pra sempre

E nunca verei em seu anelar esquerdo o símbolo do nosso compromisso

Nem nunca gerarei símbolos do nosso amor

Ele nunca saberá quem sou, porque nem mesmo sabe que existo

Nunca será meu, o amor que se foi, sem nem nunca chegar

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04/03/2019

11:13 p.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livre IIOnde histórias criam vida. Descubra agora