Inesperança

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Nenhuma poesia escrita no meio da madrugada deve ser mal compreendida
Nenhuma criança que chora deve ser ignorada
Nenhuma florzinha deve ser jogada fora
Meu nome escrito errado nas vilas, em seus documentos e placas
Descobri que eu sou doida
Doida de pedra, eu sei
Não sei se dói mais porque pesa
Ou porque eu mesma descobri
Nesses surtos de loucura, questiono minha motivação
Daí então, em poucos minutos, me pergunto se questionar a minha loucura é sinal de sanidade
É que me perturba!
O cérebro se cansa
Quando pisco pra poder enxergar
Lágrimas dançam bochecha abaixo com tamanha facilidade
Habilidade que desconheço
Face que pra mim é família
Peguei dele minha esquisitice, minhas loucuras e manias
Ah, sorriso que se esconde
Mente que mente. Que mente que mente!
Saudade. Saudade. Saudade. Saudade.
Par, por favor. Par.
Não desorganize minha bagunça pessoal
Minha bagunça só minha
Inesperança é o que rogo quando abaixo a cabeça no escuro das manhãzinhas
Chora, que chora, que chora, que chora
Ele tem meu nome costurado no peito
E foge, que finge que foge, que finge que fica
Suas loucuras costuradas em meu cérebro

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30/06/2018
12:43 a.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livre IIOnde histórias criam vida. Descubra agora