São Paulo V

5 0 0
                                    

Sou, não sou.
Sou. Não sou.
Sou.
Não, não sou.
Não sou da gema
Não sou da casca
Sou só um poema
Da clara, a beirada
Uma sobrevivente
Uma fiel amarga
Uma filha perdida que ama a sua estrada
Ai, minha mãe!
Ah, como eu te amo!
Não há terra que me diga e me carregue
Tanto quanto o seu sotaque mundano
Mulher perfeita em forma de história
Não há livro que escreva o que em seus braços foi vivido
O que em seu peito foi traçado
O que em seus lábios foi beijado
Eu guardo minha clara em sua gema agora
Minha clara crua, branca e queimada
Sou Paulista orgulhosa, ora!
Menina-moça engatinhando em suas praças

+++
17/06/2018
11:58 p.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livre IIOnde histórias criam vida. Descubra agora