Prelúdios de uma poeta livre II

Música

Sentimentos conflitantes me atingem toda vez que te encontro
E sua nota, e sua pompa, e sua forma me hipnotiza
Porque você é o sonho de toda criança
E eu cresci com você no peito
E quanto mais o tempo passava, mais você em mim aflorava
Comigo cresceu, comigo floresceu
Em sua nota que aumenta
Quase que o flagelo se arrebenta
E eu seria incapaz de colher seus caquinhos pelo chão
Mundo pequeno, pequeno demais!
A sua voz vem, me pega pela mão, me busca
Me encontra no meio da multidão
Porque estou muito longe de fazer o que você faz
Mas tão, tão perto de ser sua
Tão distante de ser como você
E é por isso que você me puxa e me traz
Para que eu posso aprender
Te ver ser o sol, o céu e as estrelas
E dançar no compasso
Nem que eu toque para que você cante
Nem que eu cante em meus pensamentos
E erre todas as notas sem seu consentimento
Sei que é capaz de me perdoar
Porque em seu travesseiro de leveza
Perdeu-se minha inocência e pureza
E na imensidão do seu amor eu fui
E nele fico
Nele permaneço
Ouvindo seu belo timbre ao despertar
Seus toques precisos no corpo que sempre foi meu
Mesmo ainda não me pertencendo
E eu encontrarei o meu amado
Em catorze anos ou nunca
Disso eu nunca saberei
E seu sentido nunca será explícito nem claro
Será apenas compreendido por mim
Quando eu ouvir a sua voz
No silêncio da meia-noite em meu quarto iluminado
Em meio à vizinhança sonolenta
É que eu te encontro todos os anos da minha curta vida
Você me procura todos os dias
E de ti esconderei a face
Você é impossível de ser compreendida

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28/09/2018
12:01 a.m.

Polliana Oliveira