Primavera

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O vento que vinha da janela tilintava como o piano de Gary Barlow
Seus dedos ágeis e trêmulos
Era como um pandeiro de madeira e de pano
Os braços só sabiam se arrepiar
Passei o sabão no corpo
E o alívio!
A água morna caía
Batia fria
Arrepiava todo o resto
Até que desliguei o chuveiro
As gotas que nele sobravam caíam sobre minha pele morna
Meu corpo estava vivo - disso tinha certeza!
Só não até tocar a pia que a verdade veio sobre mim
A primavera, sim
Eu a senti
Dessa vez não doeu
Pelo contrário: foi muito bem-vinda
Corpo estranho que aquece e arrepia
Corpo meu que bate e acaricia
Seu nome era um
O inverno foi tanto que até um segundo antes
Eu já não mais a conhecia
Perfume estrelado, meu jardim
Na primavera eu renasci com a vida

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01/09/2018
08:32 a.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livre IIOnde histórias criam vida. Descubra agora