Explicação IV

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Tenho passado meus dias em pleno tédio
Rotina é uma palavra que desconheço
Cada dia que passa é uma coisa nova que invento
Cada segundo que morro, me refaço
Porque nessa de que tudo acontece por um motivo
Eu não encontro a minha razão
O por que de eu viver
Por que estou aqui?
Se ele está lá
Ela lá do outro lado
Tudo dando certo pra eles
Pra mim dá tudo errado
Hora errada, lugar errado
Viro a cabeça pra trás, à procura de uma resposta
Tropeço em meu próprio passo
Olhar pra frente dói os olhos
Sangra o peito com estilhaços
Mente velha buga sem rede
Aquela que busco desde aprendi a ficar de pé, sem ninguém do lado
Mundo que gira com pressa e sem sentido
Volta para mim toda a sua atenção
Me olha nos olhos e me diz o por quê
Cansei de parecer bem e por dentro sofrer
Dói demais essa pressa, tamanha agitação
Quero fugir e não dizer pra onde vou
Porque nem isso eu sei
O sentido, a resposta, o por quê
Passa o tempo, voa a hora
Eu não sei cadê
E ninguém diz onde, quando e por quê
Razão, razão, por onde anda você?
Gruda em mim
Não precisa se soltar
Vira o meu carapicho
Me larga por um instante
Pra eu ter certeza, me deixa olhar no espelho
Olhos sem resposta
Tão vazio quanto o mundão
Boca que se abre cheio de podridão
Palavras tão lindas quanto lixo
Ri, amargura!
Eu sei, explicação
É puro capricho

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21/06/2018
04:34 p.m.

Polliana Oliveira

Prelúdios de uma poeta livre IIOnde histórias criam vida. Descubra agora