Prelúdios de uma poeta livre II

Sono

Eu o vi em meus sonhos

Naqueles em que sonho de olhos bem abertos, a cabeça longe

Até meu depressivo piano ressurge ao fundo, coroando minha solidão

Quando tudo o que peço é que eu possa continuar sonhando

Mesmo que isso dissolva meu coração aos poucos

Mesmo que meus ossos se corroam todos

Mesmo que minha pobre mente se esvazie

Ainda mais agora, que é verão, e não faz sol lá fora

Isso não é problema - nunca foi

Os dias nublados servem para que possamos aproveitar melhor os dias ensolarados

Sem que fiquemos reclamando o ano todo

Eu não abro a minha boca; dela nada sairá

Quem me deu o direito de estar aqui e tentar ser alguém?

Eu nasci para ser zumbi, ter lá os meus momentos e fingir ser feliz

E se eu sonhar... Bem, isso me basta

E nos dias em que a cova gritar meu nome

Vou cravar os pés no chão e chorar em silêncio

Isso me basta.

É até mais do que eu mereço

Mesmo que eu escale paredes, depois sentarei em minha cama

E meu tremendo cansaço me fará dormir

Porque afinal de contas, o sono é o meu remédio

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17/02/2019

06:01 a.m.

Polliana Oliveira