Tenho consciência de onde estou. Sei que já me encontro em segurança no hospital e que Luca e a minha família estão aqui comigo. Mas mesmo assim muitas vezes durante o meu sono, pesadelos me atormentam, e eu não sei porque me bate um medo louco.
É como voltar no tempo, ainda parece que eu estou naquele escritório na casa do Carlos, quero gritar, quero me defender, quero usar a merda da escova de dentes que trago na cintura e enfiar nos olhos do Carlos, mas o meu corpo não segue as vontades do meu cérebro que por sinal também já está dando a entender que não vai funcionar por muito tempo e entrar em colapso. Só depois de me debater sem parar é que eu acordo tendo ao meu lado o Luca ou os meus pais que lutam para me acordar desse pesadelo que anda me atormentando.
Vejo nos olhos deles o quanto estão preocupados comigo, mas a parassonia é algo que eu vou ter que trabalhar depois e com tempo.
Hoje fazem quatro dias que eu estou no hospital. Nos dois primeiros eu fiquei mais dormindo do que qualquer outra coisa, culpa dos remédios que aquele monstro fez eu tomar sem que eu visse. E ontem os médicos aproveitaram que eu estava mais acordada para me fazer alguns exames e perguntas, e foi ai que se diagnosticou que eu estou sofrendo de perda de memória recente.
Eu não me lembro de quase nada que aconteceu na madrugada em que fui resgatada, então o meu pai me contou que o Luca atingiu com a sua faca, o Carlos no ombro e que só então ele me soltou. Para falar a verdade são quase nulas as coisas que eu me lembro daquele dia inteiro. Tenho muitas imagens que navegam pela minha cabeça que eu não sei diagnosticar de que se trata de realidade, ou então de uma ilusão inventada da minha cabeça.
Tanto o Luca quanto a Abigail e a Hebe acharam que eu não me lembrar é uma coisa boa, mas o meu pai e a minha mãe que me conhece tão bem quanto eu mesma, sabe que isso no fim das contas vai acabar sendo um fardo para mim. Sou muito controladora e não saber realmente o que aconteceu comigo nas últimas vinte e quatro horas antes de ser resgatada é uma coisa que está mexendo muito comigo. Fico tentando me lembrar e quanto mais eu forço a minha memória, pior fica.
- Bom Selene, eu acho que você pode ter alta amanhã. A sua evolução está muito boa. - Um dos médicos que tomou conta de mim todos esses dias me fala com um sorriso estampado no rosto. Eu acho que o pessoal do hospital não vê a hora que eu vá embora, assim eles podem ter um pouquinho de sossego já que o meu quarto e os corredores do hospital sempre tem alguém da minha equipe, da família, ou dos amigos.
- Que bom doutor, eu não vejo a hora de ir para minha casa.
- Ir para sua casa? Mas nem pensar. Você vai ficar comigo até eu ter certeza de que você está realmente bem. - A minha mãe é taxativa.
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Prazer... Me Chame De Seu Livro 3 ( Completo)
RomancePARA MAIORES DE 18 ANOS Esse livro se passa em Milão na Itália. Prazer... Me Chame De Seu é um livro envolvente que conta a estória de dois policiais. Luca acabou de conseguir a sua recém promoção para delegado da Polícia Federal italiana e Selene é...